Brasília Brasil avalia enviar Celso Amorim para reunião na Arábia Saudita sobre guerra na Ucrânia

Brasil avalia enviar Celso Amorim para reunião na Arábia Saudita sobre guerra na Ucrânia

País foi convidado para o encontro, que ocorre entre 5 e 6 de agosto, mas Lula vai estar em agenda no Norte durante o período

  • Brasília | Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Celso Amorim é assessor especial de Lula

Celso Amorim é assessor especial de Lula

Ricardo Stuckert/PR - 5.1.2023

O Brasil aceitou o convite feito pela Arábia Saudita e vai estar presente na reunião para discutir a guerra entre a Rússia e Ucrânia. O encontro ocorre entre 5 e 6 de agosto. A expectativa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai cumprir agenda no Norte do Brasil durante o período, envie para representá-lo o assessor especial para Assuntos Internacionais Celso Amorim. A comitiva brasileira ainda não está fechada.

A reunião é organizada pelo governo saudita e faz parte do movimento para a intensificação dos esforços a fim de consolidar um suporte internacional para a demanda de paz da Ucrânia — o presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, disse estar aberto para ouvir ideias que visam ao término da guerra, iniciada em 24 de fevereiro de 2022. Contudo, o líder russo, Vladimir Putin, afirma que o país invadido precisa ceder territórios ocupados.

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O governo saudita convidou outros países para o evento, como Indonésia e Índia. O encontro vai ocorrer na capital, Riad. Desde que assumiu o Palácio do Planalto, Lula tem defendido a criação de um grupo de "países amigos" com o objetivo de mediar as negociações para sedimentar a paz na Europa. O Brasil também é contra as sanções unilaterais impostas aos russos devido à guerra.

Lula tem feito declarações polêmicas em relação ao tema. O presidente chegou a dizer que os Estados Unidos e países do continente europeu contribuem para a manutenção da guerra. Isso porque essas nações enviam armamentos à Ucrânia. Em outro momento, o chefe de Estado mudou o tom e disse que não ia mais "se meter" no conflito.

Nos dias da reunião sobre a guerra, Lula vai cumprir agenda no Amazonas e no Pará. Um dos eventos previstos é a Cúpula da Amazônia. A agenda vai reunir chefes de Estado dos oito países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

Foram chamadas também as nações que têm as maiores florestas tropicais do mundo, como Indonésia, República Democrática do Congo e Congo Brazzaville. A França também foi convidada, já que comanda a Guiana Francesa.

Por causa da agenda, o presidente avalia enviar Amorim como representante. O assessor para Assuntos Internacionais já se reuniu com Putin e Zelensky, entre outros chefes de Estado. Já Lula falou com Joe Biden (Estados Unidos) e Xi Jinping (China), por exemplo, na tentativa de construir uma aliança pela paz no país do Leste Europeu. "E isso só pode ser feito se os dois [Ucrânia e Rússia] negociarem em uma mesa", afirmou o petista.

Após um ano de guerra, o número de civis mortos pela invasão russa da Ucrânia ultrapassou o patamar de 8.000, segundo o Escritório do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). De acordo com a entidade, outros 13.287 ficaram feridos entre a população não militar. Os números totais não são divulgados pelos países comandados por Zelensky e Putin.

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