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R7 Brasília

Brasil condena ataque israelense à representação da ONU no Líbano e volta a pedir cessar-fogo

Ação de Israel feriu 2 soldados da ONU e atingiu 3 postos da missão de paz no país, nas cidades de Naqoura, Labbouneh e Ras Naqoura

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Forças israelenses atacaram bases da ONU em cidades libanesas Pasqual Gorriz/Nações Unidas

O MRE (Ministério das Relações Exteriores) do Brasil condenou nesta quinta-feira (10) os ataques de Israel contra a base da ONU (Organização das Nações Unidas) no Líbano que deixaram dois soldados do organismo multilateral feridos. As ações israelenses, desde quarta (9), atingiram ao menos três postos da missão de paz no país, nas cidades de Naqoura, Labbouneh e Ras Naqoura. A operação da ONU no Líbano é chamada de Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) e tem mais de 10 mil militares, de mais de 50 países. Segundo o Itamaraty, 11 desses militares são brasileiros.

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“O governo brasileiro recorda a obrigação de todas as partes no conflito de garantir a segurança e a proteção do pessoal e das instalações da ONU, bem como de respeitar a inviolabilidade dessas instalações em todos os momentos. Qualquer ataque deliberado contra as instalações da Unifil ou contra os capacetes azuis que atuam sob a bandeira da ONU é uma grave violação do Direito Internacional, do Direito Internacional Humanitário e da Resolução 1701 (2006) do Conselho de Segurança da ONU, que estabeleceu os termos do cessar-fogo que encerrou a guerra de 2006″, escreveu em nota o governo brasileiro.

O Itamaraty aproveitou para reforçar o pedido por um cessar-fogo no Oriente Médio. “O governo brasileiro reitera sua condenação aos ataques israelenses contra zonas civis densamente povoadas no Líbano e renova seu apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades, de forma a interromper a preocupante escalada de violência na região”.

A ONU confirmou os ataques de Israel e destacou que houve danos às instalações das missões de paz. “Nos últimos dias, foram observadas incursões de Israel em Naqoura e em outras áreas onde soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) entraram em confronto com integrantes do Hezbollah. No mais recente incidente em Naqoura, um tanque das IDF atingiu uma torre de observação e provocou sua queda. Os ferimentos das vítimas não são graves, mas eles permanecem hospitalizados”, declarou a organização.


Além da torre de observação, veículos e parte do sistema de comunicação da Unifil foram afetados pelas ações israelenses. “Em Labbouneh, foi atingida a entrada do bunker onde os soldados da paz estavam abrigados e danificados veículos e um sistema de comunicação. Um drone das forças israelenses foi observado dentro da posição da ONU até a entrada do bunker. Na quarta-feira (9), soldados israelenses atiraram e desativaram de forma deliberada as câmeras de monitoramento de perímetro da posição. O mesmo ocorreu em Ras Naqoura enquanto aconteciam reuniões entre as partes envolvidas. Os tiros danificaram a iluminação e uma estação de retransmissão”, detalhou a Unifil, ao reforçar a obrigação dos envolvidos no conflito de “garantir a segurança do pessoal e da propriedade da ONU e de respeitar a inviolabilidade das instalações em todos os momentos”.

Em 23 de setembro, Israel fez a investida mais violenta contra o Líbano desde a guerra de 2006 e, na semana seguinte, as forças israelenses invadiram o território libanês. Em meio à escalda do conflito na região, o Brasil deu início à operação de repatriação de brasileiros e parentes próximos que estão no Líbano. O primeiro voo de resgate pousou em Guarulhos (SP) no último domingo (6), com 229 pessoas e três animais de estimação.

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