Brasil doa 10 mil colares com inseticida à Bolívia para prevenir leishmaniose visceral no país
Doença é transmitida por inseto encontrado no sul da Bolívia e afeta principalmente crianças menores de cinco anos
Brasília|Iasmim Albuquerque*, do R7, em Brasília
A Embaixada do Brasil em La Paz doou para a Bolívia 10 mil colares com inseticida para contribuir na prevenção de focos da leishmaniose visceral em áreas endêmicas do país. A entrega do material ocorreu nessa terça-feira (18), com apoio da OPAS (Organização Pan-americana da Saúde).
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A leishmaniose é uma doença que afeta principalmente crianças menores de cinco anos, informou a chefe da unidade de prevenção e controle de doenças do Ministério da Saúde e Esportes da Bolívia, Roxana Salamanca.
A doença pode ser transmitida pela picada do inseto conhecido como mosquito-palha, principal espécie identificada no país. O cachorro é o principal reservatório. “Se não for dado o tratamento e o controle adequado de forma oportuna, pode evoluir, e 90% dos casos acabam em óbito”, disse Roxana.
De acordo com a OPAS, a Bolívia teve um surto de Leishmaniose em 2022, e com a ajuda do Brasil foi desenvolvida uma estratégia para o controle precoce da doença. “Dos 22 casos que se apresentaram, a prevalência caiu para dois casos em 2024″, afirmou Salamanca.
“Foi uma operação triangular entre Brasil, OPAS e Bolívia que garantiu a doação dos colares com inseticida oriundos do Ministério da Saúde brasileiro para combater a leishmaniose no departamento de Tarija”, disse o embaixador do Brasil, Luis Henrique Sobreira López.
Durante a cerimônia de entrega, o vice-ministro de Promoção da Saúde, Vigilância Epidemiológica e Medicina Tradicional, Max Enríquez, também ressaltou a colaboração entre os dois países.
“Quando a Bolívia enfrentava os incêndios florestais, o Brasil pôde doar equipamentos e mantimentos, que poderão ser reutilizados em futuros eventos para o combate e a prevenção. Quando o Brasil estava enfrentando problemas com tempestades no sul, também recebeu uma doação significativa da Bolívia com mais de 70 toneladas de alimentos e barracas.”
*Sob supervisão de Fausto Carneiro