Brasil tem que priorizar combate ao desmatamento, diz Pacheco
Presidente do Senado discursou na COP27, no Egito, e disse que Brasil vive crise de imagem 'pautada no desmatamento ilegal'
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira (15) que o Brasil precisa priorizar o combate ao desmatamento, especialmente na Amazônia, e que os gargalos na área ambiental podem prejudicar a imagem do país no exterior . A declaração ocorreu durante discurso na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27), no Egito.
"Há uma grande expectativa para a apresentação de um plano de ação sustentável, capaz de mobilizar as instâncias de fiscalização, de controle e de policiamento para, de fato, não só combater o desmatamento ilegal, como também recuperar a imagem do Brasil junto aos demais países", comentou. Segundo Pacheco, o Brasil vive uma crise de imagem "pautada no desmatamento ilegal das florestas".
Leia também: Amazônia registra recorde de desmatamento dos últimos 15 anos
"A Amazônia é nossa, é do Brasil, mas ela tem interesse para todo o mundo e é natural que haja questionamentos ao Brasil em relação à preservação da Amazônia", comentou, completando que o país precisa reconhecer os problemas na área do meio ambiente e apresentar soluções para o tema. "O combate ao desmatamento ilegal das nossas florestas precisa ter lugar no orçamento", enfatizou.
O presidente do Congresso viajou em missão oficial com mais 12 senadores. Ainda nesta terça, ele deve se encontrar com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os debates da COP27 em Sharm el Sheikh, no Egito, foram iniciados no dia 6 de novembro e vão ocorrer até esta sexta-feira (18). O objetivo dos ambientalistas e dos países em desenvolvimento é fazer com que os países mais ricos se comprometam com a criação de um fundo para cobrir os danos causados pelo aquecimento global.
PEC da Transição
Após discursar na COP, Pacheco falou com jornalistas sobre a tramitação da PEC da Transição, proposta que prevê a retirada do Auxílio Brasil da regra do teto de gastos para garantir a continuidade do pagamento de R$ 600 a partir de janeiro de 2023.
Segundo ele, há a possibilidade de a proposta ser votada no Senado na última semana de novembro. O prazo máximo para a aprovação é 17 de dezembro, com tramitação pelos plenários do Senado e da Câmara.
"Está prevista para amanhã [quarta-feira 16] uma reunião entre líderes que estiveram comigo na semana passada tratando desse tema. A equipe de transição, especialmente o coordenador, Geraldo Alckmin, vai apresentar o que é a proposta. Nossa expectativa é que, feito isso, possamos discutir na reunião de líderes e definir um cronograma", disse.