O Brasil registrou 10 eventos climáticos extremos em 2024, entre eles as enchentes no Rio Grande do Sul, seca na Amazônia e a onda de calor na região central do país em agosto, segundo a OMM (Organização Meteorológica Mundial). Os dados, que fazem parte do relatório sobre clima nas Américas, mostram ainda que outras ocorrências do tipo foram registradas em países como Colômbia, Equador, Peru e Paraguai. No caso das chuvas do Rio Grande do Sul, considerada pela organização o pior desastre climático do país, mais de 90% do estado foi afetado, gerando prejuízos no setor agrícola de aproximadamente R$ 8,5 bilhões. Já na agropecuária, as perdas somaram R$ 1,2 bilhão, com 600 mil hectares de pastagens danificadas. “Embora alertas e evacuações oportunas tenham ajudado a mitigar os impactos das chuvas, mais de 180 pessoas morreram, evidenciando a necessidade de melhorar a compreensão dos riscos de desastres entre as autoridades e o público”, diz a ONU (Organização das Nações Unidas). No outro extremo do país, a região amazônica enfrentou uma das piores secas da história, afetando mais de 745 mil pessoas. O Pantanal também enfrenta crises no clima, que teve um pico nos índices de incêndios florestais, favorecidos pela baixa umidade e as altas temperaturas. Entre o final de agosto e a primeira semana de setembro, algumas regiões do país foram afetadas por ondas de calor e registraram temperaturas 7 °C acima do normal. Em Cuiabá, por exemplo, que teve a maior alta foi registrada, as temperaturas chegaram a 42,2°C. A área queimada no Brasil superou 30,8 milhões de hectares no ano passado, um aumento de 79% em relação a 2023. Segundo dados do MapBiomas, que consideram os meses de janeiro a dezembro, a região incendiada foi maior que todo o território da Itália. O monitor mostra, ainda, que essa foi a maior área queimada desde 2019.Do total, 73% dos hectares incendiados foram em vegetação nativa, principalmente em formações florestais, que totalizaram 25% da área queimada no país. Entre as áreas de uso agropecuário, as pastagens foram as mais prejudicadas, com 6,7 milhões de hectares queimados entre janeiro e dezembro do ano passado.