Brasil teve ao menos 934 acidentes envolvendo animais peçonhentos por dia em 2023

Por dia, ao menos 934 casos envolvendo animais peçonhentos foram registrados no Brasil no ano passado, segundo o Ministério da Saúde. A média é o resultado total de 341 mil acidentes notificados, causados, principalmente, por escorpiões (200.959 casos), aranhas (43.933), abelhas (33.658) e serpentes (32.514). Segundo a pasta, outros 7.140 casos foram registrados por acidentes envolvendo lagartas e 18.350 por outros animais, incluindo os aquáticos.

Diferente dos animais venenosos, os peçonhentos usam aparelhos como dentes, ferrões, quelíceras, cerdas ou esporões para injetar as toxinas em presas e predadores. Para casos com esses animais, antivenenos são oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para o tratamento de pessoas acidentadas.

“Considerando o cenário epidemiológico marcado pelo aumento significativo no número de acidentes por esses animais, é necessária a conscientização e prevenção para que eles não aconteçam. Com o registro de milhares de casos anualmente e o impacto adverso na saúde física, mental e econômica das vítimas, torna-se imperativo adotar medidas educativas e preventivas abrangentes”, disse o coordenador-geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde, Francisco Ferreira.

No caso das lagartas, por exemplo, algumas espécies podem ocasionar quadros graves e até morte pela introdução do veneno no organismo, que se dá pelo contato das cerdas do animal com a pele. Para prevenção dos casos, a pasta recomenda o uso de luvas durante o manuseio de plantas e remover as lagartas que entrarem na casa com o auxílio de pá ou graveto.

Em caso de acidentes, a vítima deve lavar bem o local com água e sabão, mas não deve ser colocado nenhum produto químico ou orgânico, como café, folhas, pasta de dente, entre outros. O ministério recomenda, ainda, que a pessoa procure um serviço de saúde de referência para os acidentes por animais peçonhentos, incluindo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) ou o Corpo de Bombeiros (193).