Brasileiro em surto morre na Bolívia após ser contido por seguranças; laudo aponta asfixia
Igor Rafael Oliveira Souza morava desde 2015 na Bolívia e cursava o último semestre do curso de medicina
Brasília|Maurílio Nogueira, da RECORD Brasília
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O brasileiro Igor Rafael Oliveira Souza, de 32 anos, morreu em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, na última terça-feira (26), depois de ser abordado por guardas em meio a um suposto surto psicótico. Laudo feito por um médico forense indicou asfixia como a causa da morte do brasileiro.
Igor Rafael vivia na Bolívia desde 2015 e estava no último período do curso de medicina.
O caso ocorreu em uma papelaria no bairro Equipetrol. Câmeras de segurança registraram o momento em que Igor Rafael entra no estabelecimento. O brasileiro aparenta estar desorientado.
Outras imagens mostram seguranças de uma escola próxima carregando Igor Rafael para fora da papelaria e o colocando em uma calçada.
Uma ex-namorada do estudante que também mora na Bolívia afirmou que os guardas amarraram as mãos de Igor antes da morte dele. Quando a ambulância chegou, o brasileiro já estava sem sinais vitais.
As imagens foram divulgadas pela imprensa boliviana e enviadas à RECORD Brasília e ao R7 pela família do brasileiro.
Autópsia indica sufocamento
A autópsia realizada pelo médico forense Marcelo Apaza Gonzales, no dia da morte de Igor Rafael, apontou que a causa da morte foi asfixia mecânica por compressão torácica, provocada pela pressão sobre o tórax, impedindo a respiração e resultando em anoxia (falta de oxigênio). A morte ocorreu entre 4 a 6 horas antes da autópsia.
Os exames internos revelaram a presença de petequias (manchas roxas) nos pulmões e no coração, indicando problemas respiratórios. Não foram encontradas lesões graves em outros órgãos ou partes do corpo.
A conclusão é de que a morte foi causada por asfixia mecânica com comprometimento respiratório.
Família tenta trazer o corpo de volta ao Brasil
Em entrevista à RECORD Brasília, a mãe de Igor Rafael, Neidimar Oliveira Souza, professora aposentada, revelou que o filho enfrentava problemas de depressão e tinha começado a usar drogas por causa disso.
A família acredita que Igor Rafael tenha sofrido um surto psicótico, o que o levou a andar pelas ruas em busca de ajuda, acreditando estar sendo perseguido.
A família dele mora no Gama (DF) e planeja viajar à Bolívia neste domingo (31) para resolver questões burocráticas e cobrar respostas das autoridades locais.
Com dificuldades financeiras para trazer o corpo do filho para o Brasil, Neidimar iniciou uma vaquinha online para arrecadar os R$ 26 mil necessários para o traslado e funeral. Até a tarde dessa sexta-feira (29), pouco mais de R$ 4.500 tinham sido arrecadados.
“Vou fazer o possível para trazer meu filho de volta”, disse Neidimar.
Itamaraty diz que presta apoio à família
O Itamaraty ofereceu assistência consular à família, embora não tenha dado detalhes sobre a ajuda prestada. O consulado brasileiro em Santa Cruz de la Sierra acompanha o caso.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra, informou que está seguindo a legislação internacional e nacional para o acompanhamento do caso.
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