Brasileiro suspeito de integrar quadrilha internacional de golpes financeiros é preso
Grupo atuava em Portugal; suspeita da Polícia Civil é de que haja vítimas que perderam R$ 1 milhão com investimentos falsos
Brasília|Rafaela Soares, do DF, em Brasília
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu o primeiro integrante de uma suposta quadrilha internacional que teria faturado milhões de reais com golpes de falsos investimentos. O suspeito é brasileiro e foi extraditado de Lisboa, capital de Portugal, onde o grupo estava sediado. Os investigadores brasileiros contaram com a ajuda da Interpol. Outros detidos esperam o processo de extradição. A prisão aconteceu no aeroporto de Brasília, e o suspeito foi conduzido para o complexo penitenciário da Papuda.
As investigações apontam que o chefe da quadrilha é David Suckoup, da República Tcheca. O grupo tinha uma empresa laranja que recebia o dinheiro vindo de Portugal, via criptomoedas. "Não conseguimos recuperar todos os ativos desviados das milhares de vítimas espalhadas por todo o Brasil, mas que pelo menos elas possam ter um pouco de paz e a satisfação de que algo foi feito. Os responsáveis não saíram ilesos", explicou o delegado responsável pelo caso, Erick Sallum.
Suckoup chegou a fugir de Portugal, mas foi preso em Frankfurt, na Alemanha. As autoridades do país estão em contato com os investigadores brasileiros para saber se os critérios de prisão se adequam aos padrões europeus. Outros seis brasileiros aguardam a autorização de extradição. Os processos são intermediados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Algumas pessoas chegaram a perder mais de R$ 1 milhão com os falsos investimentos. O delegado também alerta a população para os golpes cada vez mais articulados e modernos. "Jamais acreditem em promessas de rentabilidades milagrosas. Depois que o dinheiro é entregue aos criminosos, a recuperação é sempre complicada", ressaltou.
“A PCDF e a lei brasileira demonstraram que tem capacidade técnica para alcançar mesmo aqueles que se achavam intocáveis por estarem aplicando os golpes fora do país”, concluiu.