Brasília completa 120 dias sem chuva em meio a alerta de baixa umidade
Previsão do tempo prevê seca extrema neste domingo, com umidade do ar na casa dos 10%
Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília
Com um clima mais seco do que o do Deserto do Saara, localizado na África, o Distrito Federal completou 120 dias sem chuva neste domingo (4). A capital federal deve enfrentar um dia de registros extremos em relação ao calor e à seca, de acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O dia amanheceu em Brasília com umidade do ar abaixo dos 20%, enquanto no Saara a taxa de água na composição do ar foi de 30% nas primeiras horas, inclusive com previsão de céu nublado e chuva.
Ao longo do dia, de acordo com o Centro de Previsão do Inmet, consultado pelo R7, a expectativa é que os brasilienses enfrentem umidade que pode ficar na casa dos 10%, o que deve gerar um alerta de perigo extremo. A região central do país, que inclui o DF, já está em alerta laranja, o que representa "perigo", podendo evoluir para "grande perigo" nas próximas horas.
A temperatura mínima registrada durante a madrugada foi de 11ºC e a máxima deve ficar em 32°C.
Fatores ambientais
Brasília está localizada a 1,3 mil quilômetro de distância do mar e a 1,1 mil quilômetros de altitude, o que favorece as temperaturas extremas, como a queda intensa na taxa de umidade do ar. A superfície plana, que foi fundamental para a escolha da região para abrigar a "futura capital" na década de 20 do século passado, não permite a criação de barreiras para reter a água das frentes frias que passam pela região. Por conta disso, foi criado o Lago Paranoá, artificial, para amenizar o clima no centro da cidade.
Além disso, sem os vales e por estar localizada no interior da América do Sul, chegam menos correntes de ar no DF, com mais ventos por causa da altitude, o que contribui com a dissipação da umidade. A geografia da localidade também contribui para a evaporação de água no solo.
A umidade do ar baixa pode provocar desidratação, feridas nos lábios, nas vias respiratórias e gerar choque estático em objetos metálicos, como maçanetas de portas e lataria de automóveis. Especialistas recomendam maior consumo de água e evitar atividades físicas entre 10h e 16 h. O choque pode ser evitado com o uso de pulseiras antiestática, principalmente para quem trabalha com materiais eletrônicos, que podem ser danificados.