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R7 Brasília

Brasilienses adotam cachorros resgatados nas enchentes do Rio Grande do Sul

Animais chegaram na manhã desta segunda ao DF após viagem de 24h; todos já ganharam uma nova família

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Patrícia com sua cachorrinha Malia, de cerca de 3 anos

Diversos brasilienses se mobilizaram na manhã desta segunda-feira (20) para adotar 25 cachorros resgatados das enchentes no Rio Grande do Sul. Os animais vieram ao Distrito Federal em uma van climatizada, em uma viagem que durou 24 horas, acompanhados por veterinários e um motorista especializado no transporte de pets. A ação faz parte de uma parceria entre ONGs, protetores de animais, deputados e a OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil). Todos os cachorros já chegaram a Brasília com a adoção encaminhada para as famílias. Mas o movimento Adote um Pet do RS já tem uma lista de 6 mil animais que precisam de adoção (veja como adotar).

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Os 25 cachorros desta segunda foram resgatados em Canoas, e ainda na cidade foram vacinados e vermifugados. Ao chegar ao DF, os animais passaram por novos exames de sangue, que terão os resultados disponibilizados nesta tarde. Os novos tutores assinaram um termo de responsabilidade pelo bichano.

Jana Portela, de 34 anos, foi uma das pessoas que decidiu fazer parte da iniciativa. A revisora de textos e moradora da Asa Norte assumiu dois cães, já idosos. “Eu sou protetora de animais, tenho o movimento Animalis, e agora, com esses daqui, vou castrá-los, cuidar deles, e depois encaminhar para uma família responsável”, conta. Jana detalha que escolheu animais mais velhos porque eles são os mais difíceis de ser adotados.

Quem também garantiu um novo lar para uma cachorrinha foi o advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha, 45 anos. O morador do Lago Sul já tem um nome para a nova integrante da família: Salva.


“O brasileiro é muito solidário. E é bonito a gente ver toda essa rede de apoio. Eu estava vendo toda a situação do Rio Grande do Sul e estava me sentindo impotente. Ajudei com doações, mas faltava fazer algo. Adotar a Salva é um jeito de tranquilizar um pouco o coração, uma forma de esperança, de saber que estou ajudando ao menos um pouco”, afirma.

Os novos tutores participam de um grupo com veterinários, onde recebem orientações para cuidar dos animais e podem esclarecer dúvidas sobre a adaptação dos cães aos novos lares.


Parceria

O projeto de adoção começou com Ana Paula Vasconcelos, uma lutadora pela causa animal que viajou ao Rio Grande do Sul no começo das enchentes para ajudar os animais atingidos. Ana Paula conta que o objetivo dela é “priorizar o bem-estar, o acolhimento e a segurança dos animais, assim como o mínimo de conforto possível para esses seres que não podem se defender sozinhos”.

“Diante dessa catástrofe no Rio Grande do Sul, estima-se que 15 mil animais foram vítimas das enchentes. A minha equipe está lá desde o segundo dia, e infelizmente é in administrável conseguirmos oferecer uma boa condição para esses animais agora no estado. Eu tenho convicção que alguns ainda vão reencontrar os tutores, mas boa parte precisa encontrar uma família. Ter um lar, ter amor, ter cuidado médico veterinário, principalmente porque esses animais vêm de um enorme trauma”, afirma.


Ana Paula teve o apoio de diversos parlamentares da causa animal, como o deputado federal Fred Costa (PRD-MG) que se mobilizou para garantir que os bichos chegassem ao DF. Segundo o deputado, o objetivo é dar continuidade no projeto para garantir um lar aos 6 mil animais listados.

“Agora, nós estamos estabelecendo um protocolo. Esses 25 cães que chegaram hoje no DF foram os primeiros que trouxemos, agora a gente precisa aprimorar. Vamos fazer uma reunião com médicos veterinários para estabelecer se a melhor forma é utilizando o sistema aeroviário ou pela estrada, como a gente fez, para que se minimize o estresse dos animais na viagem”, explica.

Quem também se mobilizou para fazer parte do movimento de adoção foi a veterinária Patrícia Barbosa, 46 anos e moradora do Lago Norte. “Eu ajudo no Projeto São Francisco, de reabilitação de animais. E quando soube que a Ana Paula estava no Sul, eu me prontifiquei para dar um lar temporário. Quando vi o olhar dos cachorrinhos, foi impossível não querer ajudar”, diz Patrícia, que adotou Malia, de cerca de 3 anos.

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