Cadastrados no GDF, guardadores de carro ganham kit de biolavagem
Ao todo, 329 trabalhadores receberam os itens e também crachás e coletes; clientes podem consultar dados em site
Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília
Guardadores e lavadores de veículos do Distrito Federal receberam na manhã desta quarta-feira (25) as credenciais da participação no curso profissionalizante ofertado pela Secretaria do Trabalho. Ao todo, 329 pessoas receberam crachás, coletes e kits de biolavagem das mãos do governador Ibaneis Rocha (MDB), em evento no Setor Comercial Sul (SCS).
"O que nós hoje estamos fazendo é simplesmente reconhecer o valor que vocês têm", afirmou o chefe do Executivo. "(Poderão trabalhar) sem correr o risco daqueles que diziam que vocês furtavam água para trabalhar", acrescentou. O investimento total na ação foi de cerca de R$ 1 milhão.
Capacitação
Em novembro do ano passado, depois da aprovação da Lei 6.668/2020, a Secretaria de Trabalho passou a cadastrar os lavadores de carro para organizar a categoria. No total, 2.221 foram registrados. Em seguida, os 329 apresentaram a documentação para participar do curso, que tratou de temas como educação financeira e sustentabilidade. As informações sobre cada flanelinha podem ser consultadas pelos clientes no site da pasta.
"O cadastro é fundamental para dar segurança à população do DF que utiliza e contrata esse serviço. Agora as pessoas vão poder identificar com quem deixam seu patrimônio", disse o secretário de Trabalho, Thales Mendes. Ele lembrou que os guardadores recebem ainda um cartão de visitas para se apresentar aos clientes.
Mendes anunciou que o próximo passo é cadastrar também entregadores de aplicativo que usam bicicletas para fornecer kits de segurança à categoria.
Novo método
Agora, os lavadores cadastrados vão usar a biolavagem durante o serviço nos estacionamentos públicos. A técnica consiste na utilização de um produto de limpeza que é diluído em água. Como a substância pode ser diluída mais de 70 vezes, há a economia de água potável nas lavagens. No evento, mil vales foram entregues ao guardadores para que distribuíssem aos clientes.
A guardadora e lavadora Antônia Alves, de 57 anos, trabalha há 15 anos no estacionamento do Palácio do Buriti. Ela comemora a formalização. "Com o crachá e o colete, vão pegar confiança e vou ganhar mais fregueses", acredita. Ela é a única mulher naquela área, por isso enfrenta ainda o machismo de outros colegas guardadores. "Vou mostrar para eles que estou dentro da lei, não vou mais ser xingada nem vão tirar meus clientes".
Antônia diz que não pretende usar o kit de biolavagem. "É mais difícil, os clientes têm resistência, como vou tirar o barro dos carros? Com água lavo até 13 carros, com biolavagem faço dois", afirma.