Cães da PM se aposentam após atuação no 8 de Janeiro e maior localização de drogas; veja histórias
Em 8 anos de trabalho, Lince, Cobolt, Ramon e Jatobá também já atuaram na segurança da posse presidencial
Brasília|Karla Beatryz*, do R7, em Brasília
Quatro cachorros do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães) da Polícia Militar do Distrito Federal se aposentaram na última segunda-feira (15). Os animais fazem parte do grupo de nove cães que serão liberados dos serviços em 2023. Os cães policiais Lince, um labrador fêmea, e Cobolt, Ramon e Jatobá, da raça pastor-belga-malinois, trabalharam por cerca de oito anos no Distrito Federal. Conheça abaixo a história dos animais:
Os animais selecionados para a aposentadoria realizaram diversas atividades na corporação, como detecção de drogas e armas, além de terem atuado na posse presidencial e em manifestações, como os atos extremistas em 8 de janeiro. Eles também ajudaram a polícia a localizar laboratórios de drogas.
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Segundo a Polícia Militar, a cadela Lince trabalhou por oito anos na detecção de narcóticos e armas. “Ela trabalhou em diversas ocorrências e teve êxito em encontrar várias armas ao longo dos últimos anos”, afirma a corporação. Ela é conduzida pelo sargento Santiago, que passa a ser o tutor da cadela.
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O cão policial Cobolt foi recebido pelo terceiro-sargento Tadeu Dávalos quando tinha 6 meses de idade. Durante o período de serviço, ele trabalhou na detecção de armas e narcóticos, tendo localizado um laboratório de refino de cocaína em 2017. Após oito anos, o condutor do cão afirma que ele prestou bons serviços à Polícia Militar e à sociedade do DF. “Chegou o momento de ele descansar, agora serão muitas brincadeiras e lazer. Vou levar ele para casa, e nossa parceria não vai terminar, só aprimorar”, comemora o ex-parceiro de serviço e novo tutor.
Com sete anos e meio de serviço, Jatobá acompanhou o sargento Fraga e trabalhou na detecção de armas e narcóticos. Em 2018, o cão participou da operação que apreendeu um dos maiores carregamentos de drogas da história do Distrito Federal, no qual 2,5 toneladas de maconha foram localizadas em uma carreta, na BR-060.
O agente canino Ramon prestou sete anos de serviço, atuando na guarda e proteção de agentes e na detecção de narcóticos. Segundo a PM, ele trabalhou nas posses presidenciais e nos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023. O condutor de Ramon, o sargento Hugo, afirma que chegou a época de o companheiro de serviço ser liberado. “Damos essa oportunidade para ele ser um cachorro comum e aproveitar a vida em casa”, afirma.
A BPCães
O Batalhão de Patrulhamento com Cães (BPCães) atua no Distrito Federal há 55 anos. De acordo com o segundo-tenente Simeão Fernandes, o batalhão desenvolve diversas atividades com os animais. Em 2022, os cães policiais atuaram em 1.148 ocorrências. Entre janeiro e março deste ano, foram 293. Atualmente, 52 cães estão habilitados para a detecção de drogas, armas e explosivos e a busca e captura de pessoas, além de proteção.
Os militares que compõem o batalhão passam por um processo de aprendizagem com os animais. O treinamento é realizado uma vez por ano e dura entre três e quatro meses. Já os cachorros que chegam ainda filhotes ao BPCães são treinados a partir dos 3 meses. Segundo a corporação, o treinamento pode durar até dois anos, e os cães passam pelo processo de socialização com outras pessoas e animais e de ambientação com outros espaços.
Após os treinamentos, os cachorros passam por uma avaliação de segurança. Os K-9 — nome usado para designar o cão policial — são divididos em áreas de atuação, como detecção de entorpecentes e armas, detecção de explosivos, busca e captura de odor ou guarda e proteção.
Os animais chegam ao Batalhão de Policiamento com Cães após um processo de aquisição por licitação ou por meio de doação de pessoas externas. A raça mais utilizada pela corporação é o pastor-belga-malinois. Ele pode ser usado em qualquer função, tem porte médio e é considerado um cão forte, atlético e ágil para as atividades.
Em média, os cães policiais trabalham oito anos no batalhão e são adotados pelos agentes responsáveis após esse período. Apenas os policiais militares podem adotar os cães, que continuam a ser acompanhados pela corporação após a liberação dos serviços.
*Sob supervisão de Fausto Carneiro.