Candidatos ao Governo do DF declaram patrimônio; Paulo Octávio é o mais rico
Justiça Eleitoral fixou custo máximo das campanhas em R$ 7,1 milhões, para evitar desequilíbrios financeiros
Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília
Ao registrarem a candidatura na Justiça Eleitoral, os candidatos a um cargo público tiveram de declarar também o patrimônio. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulga a relação de bens, imóveis, investimentos e propriedades, que fica disponível para consulta pelos eleitores.
Para evitar desequilíbrio nas campanhas, o TSE limitou os gastos com a campanha eleitoral para cada cargo. No caso dos governadores, neste ano, os candidatos podem gastar até R$ 7.115.522,46 no primeiro turno e R$ 3.557.761,23 no segundo turno. Os valores superam o patrimônio declarado de cinco dos nomes lançados à corrida ao Palácio do Buriti em 2022 e que informaram as contas.
As campanhas podem ser financiadas pelo Fundo Eleitoral, além de doações de pessoas físicas. Os valores disponíveis para os fundos variam conforme o tamanho das bancadas no Legislativo. Três candidatos optaram por reunir o apoio com vaquinhas online, por exemplo, já que doações de empresas estão proibidas.
A declaração de bens dos candidatos aponta a disparidade de renda entre eles. O mais rico, o empresário Paulo Octávio (PSD), declarou um patrimônio de R$ 618,8 milhões, montante quase oito vezes maior que os valores informados pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), o segundo colocado no ranking.
Em relação ao candidato com menos recursos, Teodoro da Cruz (PCB), que declarou R$ 25 mil, a riqueza de Paulo Octávio é 24,7 mil vezes maior.
Menos ricos
A declaração de bens dos candidatos mostra que o patrimônio de três deles encolheu em relação à eleição passada. O atual governador, Ibaneis Rocha, que declarou R$ 94,1 milhões à Justiça Eleitoral em 2018, informou que, em 2022, dispõe de R$ 79,8 milhões — uma redução de 15,19%.
O deputado distrital Leandro Grass (PV) também registrou um patrimônio 8,65% menor: passou de R$ 312 mil para R$ 285 mil. A candidata que teve a maior diminuição foi Leila Barros (PDT), que declarou uma queda de 22,32% no valor dos bens e propriedades, que eram de R$ 606,5 mil e neste ano chegaram a R$ 471,1 mil.
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Cotas ou quinhões de capital
A maior parte das fortunas está alocada em itens como cotas ou quinhões de capital, que são partes de empresas. Quase toda a riqueza declarada de Paulo Octávio (PSD) está em quinhões e cotas de capital: R$ 603.019.381,90, o que equivale a 97% de toda a sua fortuna. O empresário, do ramo imobiliário, não declarou imóveis nem automóveis.
Mais da metade do patrimônio de Ibaneis (57,6%) está nesse tipo de ativo financeiro. Uma proporção equivalente à de Rafael Parente (PSB), que tem 56% das economias nessas cotas. O candidato Professor Lucas (DC) destinou 34,3% para esses ativos. Já Izalci Lucas (PSDB) aportou 10,3% dos recursos nos quinhões.
Imóveis
Outro quesito que concentra valores mais vultosos nas contas dos candidatos são os imóveis. Ibaneis é dono de uma das casas mais caras do Distrito Federal, situada no Lago Sul, avaliada em R$ 24,1 milhões. Ele ainda tem outra residência e dois apartamentos, que somam R$ 27,6 milhões. O candidato Izalci Lucas tem duas casas, no valor de R$ 3 milhões.
De acordo com a declaração, a casa de Rafael Parente vale R$ 542,2 mil. O apartamento de Renan Arruda (PCO) custa R$ 410 mil. Os três imóveis de Leila Barros chegam a R$ 365,5 mil. O apartamento de Leandro Grass foi o único bem declarado, no valor de R$ 285 mil.
Veículos
Os gastos com veículos também correspondem a parcelas consideráveis do patrimônio dos candidatos. Além de três carros, entre eles um Land Rover, Ibaneis Rocha declarou uma embarcação, no valor total de R$ 1,8 milhão. Os dois carros de Rafael Parente estão avaliados em R$ 253 mil. Leila Barros tem um veículo de R$ 90 mil. Izalci informou apenas um carro, de R$ 52 mil. Já Teodoro da Cruz (PCB) declarou que um veículo de R$ 25 mil é seu único patrimônio.