‘Sou da prosa’, diz Cármen Lúcia ao permitir comentários de Dino durante voto
Ao contrário do ministro Fux, ministra permitiu pontuações dos outros membros da 1ª Turma do STF
Brasília|Do R7
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A ministra Cármen Lúcia permitiu que os membros da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) façam interrupções durante seu voto no julgamento da trama golpista, nesta quinta-feira (11), desde que sejam curtos comentários.
“Sou da prosa”, disse a magistrada, ao atender o pedido do ministro Flávio Dino. “Nós, mulheres, ficamos 2.000 anos caladas; queremos ter o direito de falar”, completou. A ministra é a única mulher da Suprema Corte.
Embora manifestações, favoráveis ou contrárias, sejam proibidas por parte da plateia — regra reforçada pelo cerimonial no início de todas as sessões —, risadas foram ouvidas durante a fala da ministra.
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Ao afirmar que concederia a palavra a todos os ministros que solicitassem, Cármen Lúcia adotou uma postura oposta à de Luiz Fux, que pediu para não ser interrompido durante a leitura de seu voto. Fux levou mais de 12 horas para expor seu posicionamento sobre o caso.
O clima mais descontraído contrastou com o observado durante a leitura do voto de Fux, quando ministros foram vistos utilizando o celular, conversando e saindo do plenário em curtos períodos.
Durante o diálogo com Cármen Lúcia, Dino comentou que trabalha com “banco de horas”, uma referência à curta duração de seu próprio voto, e que faria pontuações de forma fluida. A ministra chamou a atenção para que o presidente da Turma, Cristiano Zanin, deveria permanecer atento, já que é o último a expor voto.
Dino
Com a palavra, Dino fez referência ao assassinato de Charlie Kirk, ativista aliado do presidente Donald Trump, que morreu nesta quarta-feira (10), após ser baleado durante um evento na Universidade Utah Valley, nos Estados Unidos.
“É curioso notar, porque há uma ideia de que a anistia, o perdão, é igual à paz. Foi feito perdão nos EUA, mas não há paz”, declarou Dino.
Na ocasião, ao pedir tempo de fala durante o voto da ministra Cármen Lúcia, Dino lembrou que o presidente dos EUA, Donald Trump, anistiou os condenados pela invasão ao Capitólio, onde Kirk também participou, e que isso não trouxe paz ao país.
“É curioso notar porque há uma ideia, segundo a qual anistia e perdão é igual a paz, e foi feito perdão nos EUA e não há paz. Porque, na verdade, o que define a paz que devemos buscar não é a existência do esquecimento, mas às vezes a paz se obtém pelo funcionamento adequado as instâncias repressivas do Estado", afirmou.
O ministro classificou como “grave crime político” o assassinato de Kirk, que foi baleado um evento no campus da Universidade de Utah Valley, no oeste dos Estados Unidos.
“Ontem, ou anteontem, infelizmente houve um grave crime político. Um jovem que é de uma posição política, aparentemente, do lado do presidente dos EUA, pouco importa, levou um tiro”, disse Dino.
As falas do ministro ocorrem em meio a uma pressão da oposição no Congresso para aprovar uma anistia aos envolvidos nos atos extremistas do 8 de janeiro, que é comparado ao atentado ao Capitólio.
A ala ainda deseja incluir na anistia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu na ação do golpe, e investigados pelo STF no inquérito das fake news.
Perguntas e Respostas
Quem é a ministra que permitiu comentários durante a sessão do STF?
A ministra Cármen Lúcia é a única mulher da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e permitiu que o ministro Flávio Dino comentasse sua fala durante a sessão.
Qual foi a postura de Cármen Lúcia em relação aos comentários dos ministros?
Cármen Lúcia adotou uma postura aberta, afirmando que concederia a palavra a todos os ministros que solicitassem, ao contrário do ministro Luiz Fux, que pediu para não ser interrompido durante a leitura de seu voto.
Como foi o clima durante a fala de Cármen Lúcia em comparação com a leitura do voto de Fux?
O clima durante a fala de Cármen Lúcia foi mais descontraído, com risadas sendo ouvidas, enquanto a leitura do voto de Fux foi marcada por um ambiente mais sério, com ministros utilizando celulares e saindo do plenário.
O que Flávio Dino comentou durante a sessão?
Flávio Dino mencionou que trabalha com “banco de horas”, referindo-se à curta duração de seu próprio voto, e fez uma observação sobre o assassinato de Charlie Kirk, um ativista aliado do ex-presidente Donald Trump.
Qual foi a declaração de Dino sobre anistia e paz?
Dino declarou que há uma ideia de que anistia e perdão são iguais à paz, mencionando que, embora tenha havido perdão nos EUA, a paz ainda não foi alcançada.
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