Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

CCJ do Senado aprova indicação de Zanin ao STF; plenário ainda vai votar nomeação

A comissão admitiu o nome do advogado indicado por Lula para a vaga de Ricardo Lewandowski no Supremo

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Zanin foi aprovado em sabatina na CCJ do Senado
Zanin foi aprovado em sabatina na CCJ do Senado

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (21) a indicação do advogado Cristiano Zanin para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), por 21 votos a 5. Ele foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar a cadeira de Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril. Ainda nesta quarta-feira, o plenário do Senado, que vai dar a palavra final, deve votar a nomeação.

A aprovação do nome na CCJ é uma formalidade. A votação definitiva é a do plenário da Casa, no qual o advogado vai precisar de ao menos 41 votos para se tornar ministro do STF.

Compartilhe esta notícia no WhatsApp

Compartilhe esta notícia no Telegram


Na CCJ, Zanin foi sabatinado por cerca de oito horas e afirmou que vai atuar com imparcialidade na Corte. Ele garantiu que não vai ser subordinado a Lula, a despeito da relação próxima com o chefe do Executivo federal.

"Uma vez nomeado e aprovado por esta Casa, vou me guiar exclusivamente pela Constituição e pelas leis, sem nenhuma subordinação a quem quer que seja. Na minha visão, e acredito que seja a do presidente da República também, um ministro do Supremo Tribunal Federal só pode estar subordinado à Constituição", disse Zanin.


O advogado se defendeu dos ataques por ter representado Lula nos processos da Lava Jato e conseguido a absolvição do presidente nos escândalos investigados pela operação.

Veja mais: Zanin afirma que Lula foi absolvido e provoca Moro ao falar em parcialidade do ex-juiz


"Alguns me rotulam como 'advogado pessoal' porque lutei pelos direitos individuais mesmo contra a maré, sempre respeitando as leis brasileiras e a Constituição. Também há quem me classifique como 'advogado de luxo' porque defendi, estritamente com base nas leis brasileiras, causas empresariais de agentes institucionais importantes para a economia e que empregam milhares de pessoas. E ainda me chamam de 'advogado de ofício', como se fosse um demérito injustificável. Sempre procurei desempenhar minha função com maestria, acreditando no que é mais caro para qualquer profissional do Direito: a justiça."

Zanin falou também que não vai permitir "investidas insurgentes e perturbadoras à solidez da República" caso seja aprovado pelo Senado para ocupar a função. Além disso, ele prometeu que vai atuar "sempre desprovido de ativismos" e evitar "interferências excessivas e desnecessárias" na política.

O advogado disse que não vai julgar processos relacionados a Lula nos quais teve algum tipo de participação no passado, mas não revelou se vai se declarar impedido de analisar futuras ações que envolvam o presidente.

"Os processos em que eu funcionei como advogado, se aprovado for por este Senado, eu não poderei vir a julgar esse processo, essa causa, se estiver no Supremo Tribunal Federal. Por outro lado, em questões futuras, processos futuros, evidentemente que é necessário, para aquilatar ou não uma hipótese de impedimento ou suspeição, analisar os autos, analisar quem são as partes, analisar qual é o conteúdo", afirmou.

Leia também

Zanin garantiu o mesmo sobre futuros processos da Operação Lava Jato. "Eu não acredito que o simples fato de colocar uma etiqueta no processo, indicar o nome Lava Jato, que isso possa ser um critério a ser utilizado, do ponto de vista jurídico, para aquilatar a suspeição e o impedimento“, opinou.

“Sem nenhuma crítica, no mundo jurídico todos nós sabemos que, no passado recente, quase tudo o que funcionava em varas especializadas, varas criminais, muitas vezes recebia a etiqueta de Lava Jato. Então, isso não é, para mim, um critério para um controle jurídico, mas, sim, aquele que a lei prevê, que é exatamente analisar as partes e o conteúdo, e, uma vez identificada uma questão, uma hipótese de impedimento ou suspeição, eu não terei o menor problema em declarar o impedimento ou a suspeição e não participar do julgamento", completou.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.