Celina Leão afirma que o Distrito Federal vive o pior índice de feminicídio da história
Governadora em exercício pediu para que a população denuncie os casos de violência familiar e falou em medidas de combate
Brasília|Do R7, em Brasília
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), disse que o DF vive o pior índice de feminicídios de sua história durante o lançamento da campanha institucional de combate à violência doméstica, na manhã desta quinta-feira (9), no auditório da Câmara Legislativa. Celina Leão destacou a importância de as políticas públicas de combate à violência alcançarem as vítimas.
"Fui sacolejada naquilo que eu mais amo, que é a pauta das mulheres e eu pude perceber algo muito importante. Quando a lei existe e está longe da aplicação, temos que perceber que o estado precisa de melhorar”, admitiu a governadora.
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O DF registrou, nos primeiros três meses de 2023, pelo menos oito casos de feminicídios. De acordo com a governadora, em quatro dos casos, as vítimas não tinham registrado queixa contra os agressores. Por outro lado, uma das vítimas tinha procurado a polícia quatro vezes. “Ela pediu pelo amor de Deus para não morrer, mas morreu. E no que o estado falhou? É essa a reflexão que precisamos fazer”, disse.
Celina pediu para que as vítimas e, também, pessoas próximas às vítimas denunciem os casos de violência para evitar que o ciclo termine no assassinato da mulher. “Precisamos de denunciar, de avisar. Quem é amigo de mulher que sofre violência tem que denunciar. A família tem que ajudar”, destacou.
Medidas de proteção
A governadora também falou sobre as medidas que o governo vem criando para fortalecer o combate à violência doméstica. Um deles, já anunciado, é a bolsa para órfãos de feminicídio. De 2015 a 2022, a capital ganhou 297 órfãos de mães assassinadas por maridos ou ex-companheiros. Embora não tenha falado em valores, a governadora em exercício disse que o pagamento do auxílio deveria ocorrer até os 18 anos.
Outra medida já anunciada, mas que Celina voltou a destacar, foi o aluguel social para vítimas de violência doméstica. Nesse caso, a intenção é garantir que as mulheres tenham condições de deixar o agressor e se mudar para endereços desconhecidos do companheiro, se for necessário. Ela também não falou em dinheiro, mas disse que a ajuda precisava ser de, no mínimo, seis meses, podendo chegar a um ano.
Ainda de acordo com a governadora, outra medida será facilitar o acesso das mulheres ao botão de pânico, um aplicativo no celular em que a vítima pode acionar a polícia em uma emergência. "Estamos criando procedimentos e protocolos para que a mulher na segunda ida à delegacia já tenha o acesso a esse equipamento, para que seja efetivamente protegida, e a lei que a gente faz na Câmara Federal não fique tão longe da execução das mulheres do DF”, lembrou.