Chanceler brasileiro e secretário dos EUA não conversaram sobre Bolsonaro e Alexandre de Moraes
Autoridades reuniram-se nessa quinta em Washington; Trump usou ex-presidente brasileiro para justificar tarifaço
Brasília|Caroline Aguiar e Ana Isabel Mansur, da RECORD e do R7, em Brasília
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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, não abordaram questões relativas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes na reunião dessa quinta-feira (16), como relataram à reportagem fontes do governo brasileiro.
As duas autoridades encontraram-se em Washington, nos EUA, para discutir o tarifaço de 50% imposto pela gestão americana a produtos importados do Brasil.
A reunião pavimentou o caminho para futuro encontro presencial entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, ainda sem data para ocorrer.
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Os processos judiciais enfrentados por Bolsonaro, recentemente condenado pelo STF a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado, foram usados por Trump para justificar a imposição das tarifas ao Brasil.
Para o republicano, o ex-presidente é vítima de uma suposta “caça às bruxas”. O ministro Alexandre de Moraes, sancionado pelas autoridades americanas, foi o relator do processo que condenou Bolsonaro.
Conversa nos EUA
Segundo interlocutores do Executivo, o chanceler brasileiro ficou surpreso, de forma positiva, com o tom “cordial, construtivo e descontraído” da reunião.
O fim do uso do dólar em operações comerciais dos Brics também não foi citado no encontro entre Vieira e Rubio. O bloco é alvo recorrente de críticas de integrantes do governo de Trump.
Fundado em 2009 com a sigla formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o grupo reúne atualmente 11 integrantes e conta com 10 países parceiros. A presidência rotativa, a cargo do Brasil em 2025, tem duração anual.
A pauta bilateral da conversa entre Rubio e Vieira não incluiu temas da agenda política de nenhum dos países. As fontes do governo brasileiro relataram que as discussões sobre assuntos econômicos e comercial não citaram diretamente a regulação de big techs no Brasil, tema apontado pelos americanos como “censura”.
A suposta restrição da liberdade de expressão e a eventual inclusão das chamadas terras raras nas negociações comerciais entre Brasil e EUA também não foram abordadas.
De agora em diante, a expectativa é que o diálogo entre os dois países siga dois caminhos — uma face técnica e outra política, que inclui um eventual encontro presencial entre Trump e Lula.
Uma das possibilidades do “cara a cara” é durante a 47ª Cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), na Malásia.
Trump e Lula devem participar do evento, em Kuala Lumpur. A previsão é que o brasileiro esteja no país asiático entre 24 e 28 de outubro.
O petista e o republicano conversaram por telefone, por cerca de 30 minutos, em 6 de outubro.
A ligação ocorreu depois do breve encontro na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em 23 de setembro. Após o esbarrão, Trump afirmou que ele e o petista tiveram uma “química excelente”.
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