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COP30: Cientistas cobram fim dos combustíveis fósseis e pressionam negociadores

A cinco dias do fim da conferência, pesquisadores apontam urgência de ação contra emissões e cobram apoio por financiamento

Brasília|Lis Cappi, do R7, enviada especial a Belém

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Cientistas pressionam negociadores na COP30 por ações urgentes contra mudanças climáticas.
  • Uma carta solicitando o fim dos combustíveis fósseis e apoio ao financiamento foi entregue.
  • A Amazônia enfrenta severas secas e o aumento de incêndios, potencializando a crise climática.
  • A conferência é vista como vital para proteger ecossistemas ricos e traçar um roteiro de eliminação gradual dos combustíveis fósseis.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O cientista brasileiro Carlos Nobre entregou carta com pedidos para negociadores da COP30 Lis Cappi/R7 - 17.11.2025

Cientistas que acompanham a COP30, em Belém, fizeram um ato nesta segunda-feira (17) para pressionar negociadores da conferência por uma resposta urgente às mudanças climáticas.

Uma carta, distribuída a representantes, pede o fim do uso de combustíveis fósseis, ações efetivas para frear o aumento do aquecimento do planeta e compromissos internacionais para o financiamento.


″A pressão combinada das emissões de combustíveis fósseis e do desmatamento empurra a Amazônia na direção de mudanças irreversíveis. Quando a floresta se degrada e grandes áreas deixam de absorver carbono para se tornarem fontes de emissões, todo o planeta sentirá o impacto", diz trecho do documento redigido por pesquisadores do Pavilhão de Ciência.

A carta foi entregue por cientistas a negociadores antes da primeira sessão do dia e destaca a necessidade de uma resposta internacional, a ser construída ao longo dos últimos cinco dias da conferência, conforme indica o cientista Carlos Nobre.


“Os negociadores têm que levar isso em consideração, porque nós atingimos a maior emergência climática da história da humanidade. Não podemos mais esperar para reduzir as emissões dos combustíveis fósseis para acelerar demais e zerar totalmente os desmatamentos”, afirma Nobre, que é considerado um dos maiores climatologistas do planeta.

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No documento, pesquisadores também destacam que a terra está mais quente, o que reforça a necessidade de resposta urgente de negociadores.


“Nos últimos dois anos, a Amazônia viveu uma das piores secas já registradas. A ciência mostra que a mudança climática causada pelo ser humano tornou essa seca 30 vezes mais provável do que seria sem uma interferência humana. A Amazônia também registrou o maior número de incêndios em quase duas décadas”, destaca.

Leia a íntegra da carta distribuída a negociadores:


A COP30 deve proteger a estabilidade dos dois biomas mais ricos da Terra - a floresta amazônica e os recifes de corais tropicais.

Com apenas cinco dias restantes de negociações na COP30, cientistas - assim como ativistas, Povos Indígenas, líderes políticos e empresariais - se uniram para pedir aos Chefes de Delegação que entreguem um roteiro claro para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e proteger as florestas tropicais.

A ciência soa o alarme há décadas: os ecossistemas mais biodiversos do planeta, em terra e no oceano - a floresta amazônica e os recifes de corais tropicais - estão sob pressões intoleráveis.

Somente nos últimos dois anos, a Amazônia viveu uma das piores secas já registradas. A ciência mostra que a mudança climática causada pelo ser humano tornou essa seca 30 vezes mais provável do que seria sem interferência humana. A Amazônia também registrou o maior número de incêndios em quase duas décadas, mais de 140,000 incêndios florestais, a grande maioria deles causados pela ação humana, queimando milhões de hectares de floresta, liberando enormes quantidades de carbono e afetando gravemente a saúde das populações.

A pressão combinada das emissões de combustíveis fósseis e do desmatamento empurra a Amazônia na direção de mudanças irreversíveis. Quando a floresta se degrada e grandes áreas deixam de absorver carbono para se tornarem fontes de emissões, todo o planeta sentirá o impacto.

Os recifes de corais tropicais, berço de um terço de toda a vida marinha, atingiram - ou estão muito próximos de atingir - um ponto de não retorno. O aquecimento dos oceanos e a acidificação, impulsionados pelas emissões de combustíveis fósseis, estão destruindo esses ecossistemas. O mundo já perdeu entre 30% e 50% de seus recifes. Apenas nos últimos três anos, mais de 80% sofreram branqueamento severo, enfraquecendo as bases de vida de inúmeras comunidades costeiras que dependem deles para alimentação e sustento.

Neste fim de semana, o povo de Belém levou esse alerta às ruas com um rugido colorido. Nossa mensagem é clara: a perda dos recifes de corais e a degradação da Amazônia - uns dos maiores estabilizadores climáticos da Terra - afetam a todos nós. Aqui na Amazônia, a COP30 deve conceber um esforço global para proteger a vida em todas as suas formas. Os países precisam se unir para entregar roteiros para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e deter e reverter a perda das florestas. Isso exige manter firme a “missão 1.5”.

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