CNI lança observatório com integração de dados da indústria
Segundo a Confederação Nacional da Indústria, a base de informações vai permitir análises para a expansão do setor industrial
Brasília|Do R7, em Brasília
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) inaugurou nesta quinta-feira (20) o Observatório da Indústria, que reúne 209 bases de dados com informações sobre economia, mercado de trabalho, educação, meio ambiente, logística e saúde. Com isso, o órgão aposta que será possível antecipar cenários futuros para orientar o planejamento estratégico das empresas no país.
"Estamos construindo o maior big data [base de dados] em temas de interesse do ecossistema industrial. Temos a oportunidade de analisar cenários futuros e fazer com que esse conhecimento chegue na indústria e para a sociedade", destacou Márcio Guerra, gerente-executivo da CNI.
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Segundo a confederação, a base de informações vai permitir análises e produção de estudos capazes de ajudar na expansão do setor industrial. Em 2021, a indústria respondeu por 22,1% do PIB (produto interno bruto). "O Observatório surge com esse papel de ser um hub [eixo central] para as federações, além de formar uma rede de informações futuras sobre a indústria", destacou o diretor-geral do Sesi (Serviço Social da Indústria), Rafael Lucchesi.
Basicamente, o banco de dados vai servir como um centralizador de outras bases de informação. Ao todo, seis estados possuem observatórios em funcionamento: Ceará, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso e Rio Grande do Norte. Outros 11 estão em processo de implementação do programa.
Além disso, também está em construção um banco de dados cooperativo, que vai integrar 160 bases de dados de temas de interesse da indústria, como formação profissional, educação e tecnologia.
"Estamos diante de mudanças tecnológicas e organizacionais. Teremos a oportunidade de, a partir do acesso a uma base de dados, sermos estratégicos nas tomadas de decisões", finaliza Guerra.
Estudo sobre logística
Um dos primeiros estudos apresentados pela equipe do observatório mapeou cinco tendências que vão impactar o setor da logística nos próximos anos e mostra como a transformação digital vai influenciar as empresas e o emprego no setor de logística.
"A partir da análise e da interpretação de grandes volumes de dados e de consultas a especialistas, identificamos tecnologias existentes no mercado nessa área, com maior chance de difusão nos próximos anos, e seus impactos no mercado de trabalho", explica o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Perfis profissionais
A expectativa do setor de logística é de que três profissões vão precisar mudar seus perfil profissional. O técnico em logística e o controlador e programador de produção, por exemplo, devem possuir conhecimentos, ainda que básicos, de linguagem de programação e algoritmo. O operador de logística portuária também precisará se adaptar às novas tecnologias, principalmente aquelas relacionadas à automação de portos.
Além disso, há pelo menos cinco perfis profissionais com alta demanda com empresas: gestor de logística, gestor de supply chain (cadeia de suprimentos), técnico de manutenção de máquinas e equipamentos, operador de logística portuária e técnico em logística.
"Há carência de profissionais com conhecimento de comércio exterior, idioma, logística internacional e comércio eletrônico. A atividade está evoluindo de uma gestão de estoque, suprimento e materiais para uma gestão de supply chain, e os profissionais generalistas são os mais desejados para atuação em todas as funções de logística", explica Marcello Pio, especialista em prospectiva do Observatório Nacional da Indústria.
O observatório é uma inciativa da CNI, do Sesi, do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e do IEL (Instituto Euvaldo Lodi).