CNJ afasta juiz citado pela PF por suspeita de ajudar PL em relatório contra urnas
Segundo a PF, o magistrado, vinculado ao Tribunal Regional Federal da 4° Região, teria atuado ‘de forma ilegal e clandestina’
Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília, e Natália Martins, da RECORD
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) afastou o juiz federal Sandro Nunes Vieira por suspeita de auxiliar o PL (Partido Liberal) a elaborar uma representação eleitoral contra as urnas eletrônicas. Segundo a PF (Polícia Federal), o magistrado, vinculado ao Tribunal Regional Federal da 4° Região, teria atuado “de forma ilegal e clandestina”. O caso tramita sob sigilo (confira a íntegra da nota abaixo).
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A determinação do afastamento partiu do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell, e ocorre após o CNJ receber ofício do Supremo Tribunal Federal sobre a conduta do magistrado. Vieira também atuou junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de 2019 a 2022. A reportagem tenta contato com a defesa de Sandro. Espaço segue aberto para manifestações.
De acordo com a PF, o nome do juiz foi encontrado em mensagens trocadas por Mauro Cid e Marcelo Câmara. Na conversa, os envolvidos indicam a possível participação de Vieira na elaboração de um documento contra as urnas. O relatório foi posteriormente usado pelo PL para embasar a ação do partido no TSE. O juiz não está entre os indiciados pela PF.
Entre as mensagens, Câmara chega a comentar que precisaria da versão final do relatório com adendos do presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Rocha. A empresa havia sido contratada pelo partido para produzir o relatório contra as urnas. Segundo Câmara, o pedido seria do próprio juiz.
Ainda segundo as investigações, na época em que a ação do PL foi divulgada, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, citou o nome do juiz. Na ocasião, Valdemar comentou o nome de Sandro à imprensa, apontando ele como uma das pessoas que ajudou os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em nota, o Tribunal Regional Federal da 4° Região informou que foi feita a instauração do procedimento administrativo e que todas as determinações do CNJ serão cumpridas.
Confira a íntegra da nota do CNJ:
O corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell, determinou o afastamento cautelar do juiz federal da 4ª Região Sandro Nunes Vieira citado no relatório da Polícia Federal relativo ao inquérito do Supremo Tribunal Federal que investiga tentativa de golpe de Estado. O caso tramita sob sigilo.
A decisão ocorreu após o Conselho Nacional de Justiça receber ofício do Supremo Tribunal Federal sobre a conduta do magistrado.