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Codeplan projeta 'envelhecimento acelerado' em todo o DF até 2030

População acima de 60 anos deve passar de 346 mil para 565 mil até 2030; faixa etária responderá por 16,6% do total, diz estudo

Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília

População de idosos deve crescer 63% entre 2020 e 2030, diz Codeplan
População de idosos deve crescer 63% entre 2020 e 2030, diz Codeplan

O Distrito Federal está em ritmo acelerado de envelhecimento. É o que aponta a pesquisa de projeção populacional divulgada pela Codeplan (Companhia de Planejamento) e divulgada nesta quinta-feira (5). Enquanto a proporção de jovens na população total está em queda, a quantidade de idosos aparece em ascensão.

De acordo com a Codeplan, a população com 60 anos ou mais era de 346.221 pessoas em 2020. O número correspondia a 11,34% do total de moradores no DF. A expectativa é que o total de habitantes dessa faixa etária cresça 63,3% em 2030, chegando a 565.382 pessoas — passando a representar 16,61% de toda a população na capital.

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Até 2030, o aumento no número de moradores no DF ocorrerá de maneira mais lenta, de acordo com o levantamento. A taxa de crescimento média, que em 2020 foi de 1,39%, deve cair para 0,98. A projeção é que a população passe dos atuais 3 milhões para 3,4 milhões em oito anos.

Na nova configuração, as crianças e adolescentes, que hoje somam 19,71% dos habitantes, passarão a representar 17,49% dos moradores da capital federal. A proporção de pessoas com 60 anos ou mais dará um salto de 11,34% para 16,61%. A quantidade de moradores entre 15 e 59 anos deve encolher: em 2020, eram 68,94%, e a projeção é que em 2030 sejam 65,88%.


"É um crescimento extraordinário dessa população mais idosa", assinalou a doutora em estatística Ana Maria Nogales, uma das responsáveis pelo estudo. "A redução contínua dos nascimentos vai resultar na redução da população mais jovem", explica.

Idosos devem representar 16,61% da população do DF em 2030
Idosos devem representar 16,61% da população do DF em 2030

Ana Maria ressalta que, apesar das diferenças na velocidade do envelhecimento, em todas as regiões administrativas, a proporção de idosos vai superar a atual, enquanto a de jovens até 14 anos ficará abaixo do patamar de 2020.


A previsão é que 31,3% dos moradores da Candangolândia tenham 60 anos ou mais em 2030; no Lago Norte, o aumento será de 26,3%; e no Cruzeiro, 25,3%. O Recanto das Emas terá a maior proporção de crianças e jovens: 24,5%; o Gama, 24,4%; e Santa Maria, 24,3%.

"Vemos que aquelas RAs de mais baixa renda são as que têm a maior proporção de crianças e adolescentes, ou seja, a população menor de 15 anos. As de mais alta renda são aquelas que têm uma fecundidade menor, menor proporção de população até 15 anos. Em contrapartida, justamente essas regiões de mais alta renda é que detêm a maior proporção de população idosa", afirma.


A pandemia de Covid-19 pode impactar essa tendência, aponta o estudo. Os pesquisadores da Codeplan disseram que não consideraram esse fator nas projeções, mas ponderam que "a fecundidade poderá sofrer uma redução significativa", já que a decisão de engravidar pode ter sido adiada em razão da crise sanitária. A expectativa de vida da população diminuiu com o aumento nas mortes pela doença.

"Esse estudo é muito importante porque a gente precisa dessas informações para subsidiar diversas políticas públicas, seja habitacional, de transporte, saúde, educação. Infelizmente, por causa da pandemia, a gente não teve o censo de 2020, que está previsto para 2022. Isso vai permitir uma atualização do trabalho", ponderou o presidente da Codeplan, Jean Lima.

Crescimento da população

A pesquisa também projetou o crescimento da população por região administrativa. Em todas as cidades haverá aumento no número de moradores, mas em ritmo diferente. Hoje, as três regiões com maior percentual de moradores são Ceilândia (11,6%), Samambaia (8%) e Plano Piloto (7,6%). A previsão é que elas continuem no topo em 2030, com 10,4%, 8,5% e 7,4%, respectivamente.

A construção de setores habitacionais deve impulsionar a expansão populacional de outras regiões. Segundo o estudo, as localidades onde haverá maior crescimento são Itapoã (50,84%), Planaltina (11,46%), Estrutural (8,4%) e Jardim Botânico (8,6%).

O levantamento mostra que áreas que passam por verticalização terão estabilização de crescimento. Em Taguatinga, a previsão é de alta de 4,5%. Em Águas Claras, será de 5,1%, e no Guará, 3,8%, por exemplo.

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