Com mais policiais do que na posse de Lula, desfile do 7 de Setembro tem megaoperação de segurança
Força Nacional e Agência Brasileira de Inteligência também vão participar do esquema; DF diz que não há manifestações previstas
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O desfile do 7 de Setembro deste ano, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, terá esquema de segurança reforçado, com megaoperação e mais policiais nas ruas do que na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro, no mesmo local. O evento começará às 9h e deve durar em torno de duas horas. O governo espera cerca de 30 mil pessoas.
Durante o desfile, aproximadamente 2.500 indivíduos estarão trabalhando na segurança das comemorações, entre policiais militares e civis do Distrito Federal, além da Força Nacional e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
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"Aquela pessoa que quiser ir à Esplanada para ver o desfile, em um ar de democracia, será muito bem-vinda, mas aquelas pessoas que estão querendo vir ao Distrito Federal para fazer bagunça, fazer arruaça, as forças de segurança vão agir, estão preparadas, é essa a nossa orientação", afirmou a vice-governadora do DF, Celina Leão, na semana passada.
Na cerimônia de posse, pelo menos 1.500 agentes participaram do esquema de segurança, entre policiais federais, militares, civis e integrantes do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
A Polícia Federal informou ao R7 que não vai participar do esquema de segurança do desfile do 7 de Setembro. Em nota à reportagem, a Polícia Civil do DF informou que "haverá reforço nas unidades vinculadas ao evento, porém, por questão de segurança orgânica, não é possível passar a quantidade de policiais empregada".
Os bombeiros e a Polícia Militar não retornaram o contato do R7 até a última atualização desta reportagem.
Força Nacional
Na semana passada, o Governo do DF pediu o apoio da Força Nacional durante as celebrações na Esplanada. O ofício foi enviado ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A solicitação foi reforçada em reunião com o secretário-executivo do ministério, Ricardo Cappelli.
A pasta autorizou o uso da Força Nacional na última terça-feira (5). Segundo o ato publicado no Diário Oficial, o emprego será "em caráter episódico e planejado, nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio".
Dino definiu que a Força Nacional vai atuar "para auxiliar na proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado, da União e do Distrito Federal, em atuação conjunta e articulada com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal" durante o desfile do feriado.
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Monitoramento de ameaças
A Abin também vai participar do esquema de segurança. Agentes vão monitorar supostas ameaças ou incidentes que coloquem em risco a segurança da população ou de autoridades na Esplanada dos Ministérios.
Segundo a agência, um centro de monitoramento será montado com o objetivo de "prover consciência situacional acerca dos eventos". Agentes vão acompanhar o desfile na área central de Brasília, além de outras celebrações que estão marcadas para acontecer na cidade.
Gabinete distrital
Para prevenir eventuais protestos ou atos de violência durante o evento, o governo do DF criou o Gabinete de Mobilização Institucional para acompanhar o andamento das festividades.
Apesar da iniciativa, não há previsão de manifestações durante o feriado. "Até o momento, não registramos nada efetivo, nada organizado que possa de alguma maneira comprometer a segurança do 7 de Setembro", afirmou o secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF, Alexandre Patury.
"Posso prometer que no dia 7 de setembro não ocorrerá nada nem parecido, nada organizado, como o que aconteceu no passado", acrescentou, em referência aos atos extremistas do 8 de Janeiro que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes.
Governo x oposição
As comemorações da Independência do Brasil têm como pano de fundo a disputa política entre o governo Lula e a base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro. Enquanto o presidente e o entorno político dele sustentam um discurso de que o 7 de Setembro é uma data "de todos" os brasileiros, a oposição pede aos apoiadores que fiquem em casa com o objetivo de esvaziar a festa organizada pela gestão petista.
Apesar do incentivo ao esvaziamento, a avaliação da inteligência do governo federal aponta para outro grupo de apoio a Bolsonaro que estimula a ida à Esplanada para vaiar Lula e as Forças Armadas. Não há, no entanto, sinais de manifestações violentas até o momento.