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R7 Brasília

Com tema em pauta no STF, senadores analisam marco temporal nesta quarta

Projeto já passou pela Câmara dos Deputados e precisa ser votado no plenário do Senado antes de ir para sanção presidencial

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Marco temporal indígena
Marco temporal indígena

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deve votar nesta quarta-feira (27) o projeto que define um marco temporal de demarcação das terras indígenas. A retomada do tema no colegiado ocorre uma semana após pedido de vista da base do governo que adiou a discussão do tema. O relatório da proposta já foi lido e não faz alterações ao texto que veio da Câmara dos Deputados.

"Com a aprovação, finalmente o Congresso Nacional trará segurança e paz às populações indígenas e não indígenas, especialmente do campo. Não se pode aceitar que 35 anos após a entrada em vigor da Constituição Federal ainda haja celeuma sobre a qualificação de determinada terra como indígena, gerando riscos à subsistência e incolumidade física de famílias inteiras", avaliou o relator, senador Marcos Rogério (PL-RO).

Caso seja aprovado na CCJ, o projeto ainda precisa ser votado no plenário do Senado. Se passar pelo crivo dos senadores sem modificações, ele vai direto para sanção presidencial, sem precisar de uma reanálise dos deputados. 

A expectativa dos senadores governistas é conseguir quórum para derrubar o texto nesta quarta-feira (27). Se passar, o grupo pressiona para que marco temporal seja discutido em mais comissões e haja uma sessão especial de discussão em plenário para "aprofundar" o debate. Na contramão, a bancada ruralista quer garantir votação na CCJ nesta sessão e propor urgência de tramitação no plenário. 


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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicou aos líderes partidários a pretensão de definir as mudanças no Congresso, mas não sinalizou apoio a um pedido de urgência nem à tramitação em mais comissões.

Pacheco pediu um texto mais moderado, que atenda a interesses dos dois lados. No último dia 14, o presidente contou que esteve com as ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) para tratar do assunto e que ficou "sensibilizado" com os argumentos.


Número de terras indígenas no Brasil por fase de demarcação
Número de terras indígenas no Brasil por fase de demarcação

Ele falou do movimento de retirar do projeto temas estranhos à matéria e citou a flexibilização do acesso a áreas de povos isolados. "Esse tema tem que estar necessariamente no projeto do marco temporal? Talvez não. É essa sensibilidade que temos que ter", disse.

Demais poderes

No Supremo Tribunal Federal (STF), também nesta quarta-feira (27), os ministros devem definir a tese final do julgamento que derrubou o marco temporal. Na semana passada, a Corte decidiu derrubar a aplicação do chamado marco temporal para a demarcação de terras indígenas. O placar do julgamento ficou em 9 a 2 a favor dos povos originários.

Agora, os ministros devem discutir a possibilidade de indenização a pessoas que adquiriram terras de boa-fé e se este pagamento estaria condicionado à saída dos agricultores das áreas.

Caso o Congresso aprove o projeto sobre o marco temporal da maneira como veio da Câmara, sem atender a demandas da bancada ambientalista, a sinalização é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vete a proposta. 

O governo federal pretende apresentar uma solução alternativa ao marco temporal, independentemente do entendimento que terão o Congresso e o STF. A ideia é propor um projeto que garanta indenização a ruralistas que, de boa-fé, estiverem ocupando terras consideradas indígenas concedidas pelo Estado.

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