Comissão de Anistia analisa pedido de desculpas a japoneses perseguidos no Brasil
Em 2011, a Assembleia Legislativa do Amazonas oficiou um pedido de desculpas a estudantes japoneses que ocuparam a Vila Amazônia
Brasília|Do R7, em Brasília
A Comissão da Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania analisa nesta quinta-feira (25) um pedido de desculpas para os imigrantes japoneses perseguidos no Brasil, durante a 2ª Guerra Mundial. O requerimento foi feito em 2015 pela Associação Okinawa-Kenjin do Brasil e o documentarista Mario Jun Okuhara. Segundo o documento, os imigrantes e seus descendentes sofreram perseguição por parte dos governos de Getúlio Vargas (1937-1945) e Eurico Gaspar Dutra (1946-1951). Os dois presidentes governaram o país durante e logo depois da 2ª Guerra Mundial (1939- 1945), na qual o Brasil se opôs aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).
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Okuhara defende, no documentário Yami no Ichinichi — O crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil, que as restrições de direito e intolerância que “é incrível que hoje a gente não tenha conhecimento disso”, disse em uma sessão da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, em 2013.
Entre as práticas, estavam atos como pisar na bandeira do Japão ou no retrato do imperador. Quem se recusava, era preso. “São pessoas que não tinham feito nada; [...] Muitas pessoas foram presas em função de uma seleção. [...] Eles colocavam a bandeira japonesa no chão e o imigrante que não pisasse nela, seria preso” disse Okuhara na sessão.
Em 2011, a Assembleia Legislativa do Amazonas oficiou um pedido de desculpas ao Koutakusseis, jovens estudantes japoneses, da escola Superior de Emigração do Japão, que ocuparam a Vila Amazônia no município de Parintins por volta de 1931, pelos excessos cometidos. “Com a justificativa que aqueles japoneses poderiam ser espiões tomaram tudo dos japoneses e colocaram em campos de concentração”, contou o autor da proposta, o então deputado Tony Medeiros.