Comissão do Senado ouve Mauro Vieira sobre declarações de Lula do conflito em Gaza
Em fevereiro, o presidente da República comparou a situação na região com o Holocausto, ocorrido na 2ª Guerra Mundial
Brasília|Do R7, em Brasília
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, vai ao Senado nesta quinta-feira (14) para comentar sobre a crise diplomática entre Brasil e Israel. O chanceler participa de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e deve comentar as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o conflito na Faixa de Gaza. Em fevereiro, o chefe do Executivo comparou a situação na região com o Holocausto, ocorrido na 2ª Guerra Mundial.
A sessão está marcada para as 10h, e vai ser presidida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). "O comparecimento do ministro das Relações Exteriores à CRE tem caráter regimental. Em conformidade com o Regimento Interno do Senado Federal, cabe à comissão, no início de cada sessão legislativa, promover audiências públicas com o ministro das Relações Exteriores para prestação de informações pertinentes à sua área de competência. Também é responsabilidade da CRE ouvir o ministro da Defesa em audiência pública", diz o Senado.
Relembre o caso
A declaração de Lula sobre o Holocausto foi feita em entrevista coletiva no dia 18 de fevereiro, depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Adeba, capital da Etiópia. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus", disse.
Especialistas, políticos e entidades reagiram às declarações. As falas do chefe do Executivo brasileiro, na avaliação deles, comprometem a imagem do Brasil no cenário internacional e demonstram desconhecimento histórico e visão anti-Israel.
"Cada vez que o presidente Lula viaja ao exterior, traz estragos e prejuízos em termos de política externa. E são episódios tristes para os brasileiros, que compõem tradicionalmente um povo pacífico, aberto e amigo com as demais nações. No caso de Israel, os gestos parecem fechar as portas aos israelenses e desrespeitam os judeus que em solo brasileiro estão. É uma tremenda ofensa", avalia a professora de direito da Universidade de São Paulo (USP) Maristela Basso.