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Lula volta a dizer que Israel comete genocídio e fala em 'ato de desumanidade'

Presidente brasileiro defendeu que países do Oriente Médio façam uma trégua para que seja aberto um corredor humanitário

Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília


Lula se reuniu com Pedro Sánchez, em Brasília
Lula se reuniu com Pedro Sánchez, em Brasília Ricardo Stuckert/PR - 06.03.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar, nesta quarta-feira (6), que Israel comete genocídio contra a Palestina e chamou o conflito de "ato de desumanidade". O petista defendeu que os países façam uma trégua para que os inocentes civis sejam tratados com água, alimentos, remédios, entre outros itens.

"O que está acontecendo é um verdadeiro genocídio, que já matou mais de 30 mil pessoas, dos quais 80% são mulheres e crianças. Não é possível continuar com essa matança sem que o Conselho de Segurança da ONU pare com essa guerra e permita que chegue alimento, remédio", afirmou Lula.

"Se isso não é um ato de desumanidade, eu sinceramente não sei mais o que é. A brutalidade é de tal envergadura que todas as pessoas que assistiram as últimas imagens devem ter ficado horrorizadas, porque poucas vezes se viu aquilo... Mas não podemos deixar de condenar a atuação do governo de Israel com os palestinos. É uma coisa brutal. Então continuo achando que o Conselho de Segurança tem a obrigação de tomar atitude, de abrir o corredor humanitário e permitir que chegue alimento, água, remédio e que as pessoas sejam tratadas", completou.

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As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa após reunião bilateral com o presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, no Palácio do Planalto. Os líderes discutiram, entre outros temas, das guerras na Faixa de Gaza e na Ucrânia e da reforma da governança de instituições multilaterais, além do acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

Sánchez, por sua vez, destacou que, num primeiro momento, Israel tinha o direito de se defender do ataque terrorista feito pelo Hamas, assim como a libertação de reféns. O presidente de governo da Espanha afirmou que a situação vai "exigir décadas para a reconstrução e para voltar aos níveis de crescimento econômico e de bem-estar anteriores ao ataque". O espanhol destacou também que há "dúvidas razoáveis" de que Israel esteja cumprindo com as obrigações do direito internacional. 


Conflito

No caso de Gaza, Lula tem condenado os ataques terroristas promovidos pelo Hamas, mas classifica o governo de Benjamin Netanyahu como genocida, uma vez que mulheres e crianças têm sido assassinadas. O presidente brasileiro foi classificado por Israel como "persona non grata" após ter comparado as ações de defesa israelense no conflito ao nazismo. O episódio abriu uma crise diplomática.

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O presidente de Israel, Isaac Herzog, condenou a declaração do presidente do Brasil. Herzog disse que há uma "distorção imoral da história" e apela "a todos os líderes mundiais para que se juntem a mim na condenação inequívoca de tais ações".

Entidades e organizações também criticaram a declaração de Lula. A Conib (Confederação Israelita do Brasil) repudiou a fala e classificou a afirmação como "distorção perversa da realidade que ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes".

Como mostrou o R7, Lula tem dado sinais nos bastidores de que não está arrependido da declaração. O chefe do Executivo tem dito aos seus interlocutores que a mensagem foi proposital e a ideia era encorajar outros chefes de Estado a se posicionarem diante da guerra, o que não deu resultado até o momento.

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