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R7 Brasília

Ministra Sonia Guajajara visita área de conflito onde liderança indígena foi morta, no sul da Bahia

A indígena Nega Pataxó, do povo Hã-hã-hãe, foi morta por fazendeiros no domingo (21), no território Caramuru

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Indígenas e fazendeiros entraram em conflito
Indígenas e fazendeiros entraram em conflito Reprodução/x @celiaxakriaba

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, visita nesta segunda-feira (22) o território Caramuru, alvo de disputa de terras que ocasionou a morte da líder indígena Nega Pataxó. A ministra lidera uma comitiva da pasta que vai ao local para acompanhar o caso. Nega Pataxó, do povo Hã-hã-hãe, foi assassinada na tarde deste domingo (21). O irmão dela, o cacique Nailton Muniz Pataxó, também foi baleado e passou por cirurgia. 

A comitiva irá à comunidade indígena no município de Pau Brasil, localizado no Sul da Bahia. Há previsão de visitas ao cacique Nailton Muniz Pataxó no hospital e à comunidade, para ouvir as lideranças. Segundo a ministra, o objetivo é "acompanhar de perto a situação e exigir que os responsáveis sejam identificados, e que todas as medidas legais sejam tomadas". 

"A área é reivindicada pelos Pataxó Hã-hã-hãe como de ocupação tradicional, e foi ocupada pelos indígenas no último sábado (20). Os fazendeiros armados cercaram a área com dezenas de caminhonetes e atacaram os indígenas", detalhou Guajajara. 

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Segundo relatos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a morte de Nega Pataxó aconteceu em um conflito entre indígenas, policiais militares e fazendeiros. Há relatos também de espancamentos, sendo que uma mulher teve o braço quebrado e outras pessoas foram hospitalizadas, mas sem gravidade. Dois fazendeiros foram presos por porte ilegal de arma.


De acordo com o ministério dos Povos Indígenas, o ataque contra os indígenas foi realizado por fazendeiros do grupo autointitulado “Invasão Zero”, na retomada da Fazenda Inhuma, no município de Potiraguá, em área reivindicada pelos Pataxó. A pasta tenta construir com as lideranças indígenas o Plano de Gestão Territorial e Ambiental e articula com os ministérios da Justiça e Segurança Pública, dos Direitos Humanos, do Desenvolvimento Agrário e com a Secretaria de Segurança da Bahia.

Repercussão

Após a morte de Nega Pataxó, vários parlamentares se manifestaram e pediram ações concretas para punir os responsáveis pelos crimes. "Exigimos esclarecimentos imediatos e ações concretas para garantir a segurança e justiça para nosso povo indígena", escreveu a deputada federal indígena Célia Xakriabá (PSOL-MG).

Líder do governo no Senado, o senador Jaques Wagner (PT-BA) repudiou o ataque violento e disse que as forças de segurança do governo estadual já foram mobilizadas para avançar nas investigações. "Nosso mandato está vigilante para acompanhar e cobrar as devidas punições dos responsáveis por essa tragédia. Quero manifestar a minha solidariedade ao povo Pataxó e a toda a comunidade indígena baiana", disse. 

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) emitiu uma nota de pesar e manifestou indignação quanto ao conflito. "O lamentável episódio envolveu, além do homicídio, tentativas de homicídio e agressões físicas contra dezenas de indígenas da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe. Entre os feridos, um indígena foi submetido a uma cirurgia de emergência, uma indígena teve fraturas, e os demais foram hospitalizados, mas não correm risco de morte."

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