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Confira quem são os acusados pela PGR na tentativa de golpe e por quais crimes respondem

Procuradoria aponta Bolsonaro, ex-ministros e militares como líderes de grupo que tentou impedir alternância democrática em 2022

Brasília|Do R7, com Estadão Conteúdo

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Gonet reafirma que Bolsonaro não só sabia do plano golpista, como liderou articulações Ton Molina/STF - 09.06.2025

A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu, na noite de segunda-feira (14) a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de ex-ministros e militares que, segundo a acusação, integraram o “núcleo crucial” do plano de golpe de Estado.

Em manifestação ao STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador Paulo Gonet reafirma que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento do plano golpista, como liderou as articulações para um golpe de Estado. Com a soma das penas, Bolsonaro pode ser condenado a até cerca de 43 anos de prisão.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • A PGR pediu a condenação de Jair Bolsonaro e ex-ministros por tentativa de golpe de Estado.
  • Bolsonaro é acusado de liderar um plano para minar a democracia e o Poder Judiciário durante as eleições de 2022.
  • O procurador afirma que há provas documentadas das atividades do grupo golpista e destaca a lealdade das Forças Armadas à Constituição.
  • A defesa dos réus agora deve apresentar seus argumentos ao STF enquanto a acusação mantém suas alegações de ataque ao estado democrático de direito.

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A manifestação pede a condenação de todos os integrantes do que Gonet classifica de “núcleo crucial do golpe”. Veja quem são:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.

Segundo o PGR, “o grupo, liderado por Jair Messias Bolsonaro e composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, desenvolveu e implementou plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022 e minar o livre exercício dos demais poderes constitucionais, especialmente do Poder Judiciário”.


Gonet sustentou nas alegações que a denúncia por ele apresentada “não se baseou em conjecturas ou suposições frágeis”. O procurador-geral menciona que os investigadores obtiveram diversas provas porque “a organização criminosa fez questão de documentar quase todas as fases de sua empreitada”.

‘Fidelidade do Exército’

Para Gonet, a tentativa de golpe não se consumou “pela fidelidade do Exército — não obstante o desvirtuamento de alguns dos seus integrantes — e da Aeronáutica à força normativa da Constituição democrática em vigor”.


O documento é denominado alegações finais. Nele, o procurador reitera argumentos lançados na denúncia que provocou a abertura da ação penal contra o ex-presidente. Também inclui informações colhidas na fase de instrução do processo a partir de depoimentos e novos documentos.

As alegações finais são a última oportunidade para acusação e defesa se manifestarem sobre as provas e as teses levantadas ao longo da ação penal. Agora, caberá à defesa dos oito réus apresentar seus fundamentos aos cinco ministros da Primeira Turma. Na fase de instrução do processo todos negaram ligação com a trama.


As alegações do PGR foram entregues à 1ª Turma do STF. Segundo o procurador, Bolsonaro e seu candidato a vice-presidente, general Braga Netto, em 2022, eram líderes de organização criminosa “baseada em projeto autoritário de poder’ e ‘com forte influência de setores militares”.

Os crimes

A acusação sustenta que a organização supostamente liderada por Jair Bolsonaro “aceitou, estimulou e realizou” um atentado contra o Estado Democrático de Direito.

Os crimes atribuídos a Bolsonaro e a seus aliados são:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (pena de 4 a 8 anos);
  • Golpe de Estado (pena de 4 a 12 anos);
  • Organização criminosa armada (pena de 3 a 8 anos que pode ser aumentada para 17 anos com agravantes citados na denúncia);
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima (pena de 6 meses a 3 anos);
  • Deterioração de patrimônio tombado (pena de 1 a 3 anos).

A acusação argumenta que o ex-presidente Bolsonaro já vinha incitando a desconfiança nas instituições em suas falas e ações desde 2021. De acordo com a PGR, havia uma estratégia para deslegitimar o processo eleitoral e enfraquecer a democracia, articulada com a manipulação das redes sociais e a disseminação de notícias falsas.

A PGR reafirma que Jair Bolsonaro foi o principal coordenador da disseminação de ataques às instituições e utilizou o controle da máquina pública para fomentar a radicalização e a ruptura democrática. Ao se recusar a reconhecer a derrota eleitoral, segundo o procurador-geral, Bolsonaro quis manter o eleitoral em um estado de mobilização contínua.

“No interrogatório, Jair Messias Bolsonaro tentou se eximir de responsabilidade, culpando os indivíduos que chegaram em Brasília momentos antes do ataque de 8.1.2023, e chamando seus adeptos mais fanáticos de ‘malucos’. Sua defesa, no entanto, falha em desconstituir a evidência de que a violência e os atos de depredação eram frutos de uma estratégia sistemática, sustentada por um discurso contínuo de contestação à vitória eleitoral e de incentivo à ruptura institucional”.

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