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Conselho de Ética analisa suspeita de rachadinha de André Janones nesta terça

Suspeita de rachadinha no gabinete do deputado é investigada pela Polícia Federal desde 2021

Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Conselho de Ética analisa suspeita de rachadinha de André Janones
Suspeita de rachadinha no gabinete de Janones é investigada Renato Araújo/Câmara dos Deputados - Arquivo

O conselho de Ética da Câmara dos Deputados analisa nesta terça-feira (28) representação do PL contra o deputado federal André Janones (Avante-MG) sobre um suposto esquema de rachadinha no gabinete dele.

A representação contra o parlamentar foi apresentada após dois ex-assessores do parlamentar afirmarem que ele cobrava funcionários lotados em seu gabinete na Câmara a repassar parte dos seus salários. O caso é investigado pela Polícia Federal.

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O relator do caso, deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), recomendou o arquivamento da representação. Ele argumenta que o episódio ocorreu antes do mandato, e há precedentes pelo arquivamento.

“Voto pela ausência de justa causa para o acolhimento da representação, arquivando-se, por conseguinte, o presente feito”, concluiu o relator.


Investigação sobre Janones

A suspeita de rachadinha no gabinete de Janones é investigada pela Polícia Federal desde 2021. O deputado é acusado por Fabricio Pereira, um ex-assessor do parlamentar. O processo corre em sigilo, mas, em conversa com o R7 no ano passado, o ex-assessor afirmou que o esquema envolvia diversos funcionários do gabinete do deputado mineiro.

“Janones era muito hábil. Os assessores tinham que sacar o dinheiro e já passar para ele. Ouvi muitas conversas entre assessores de que ele guardava vários pacotes, envelopes de dinheiro na casa dele”, disse Fabricio.


Na denúncia, está anexado um áudio em que Fabricio conversa com outro ex-assessor de Janones, que alega precisar repassar quase R$ 5.000 do próprio salário, mensalmente, ao suposto esquema de rachadinha no gabinete do parlamentar. A verba seria usada para cobrir um rombo de R$ 675 mil nas contas pessoais do político, que afirma ter precisado vender casa e carro e usado o dinheiro da poupança e da previdência privada para bancar a corrida eleitoral.

Na conversa com a equipe, após declarar a intenção de obter parte do salário dos assessores para fins pessoais, Janones reafirma que não admitirá cargos-fantasma. O deputado diz ainda não temer a perda de mandato.


“Se eu tiver que ser colocado contra a parede, não estou fazendo nenhuma questão desse mandato. Para mim, hoje, renunciar é uma coisa tão natural”, disse Janones. Segundo ele, esse esquema seria “justo”. A gravação é de 5 de fevereiro de 2019 e foi feita pelo jornalista Cefas Luiz durante a primeira reunião depois que os funcionários tomaram posse.

À época, Cefas disse ao R7 que “o esquema rodou no gabinete e era mensal”. Ele afirmou também que levaria o material ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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