Brasília Conselho do MP absolve maioria dos membros da Lava Jato do Rio investigados por quebra de sigilo

Conselho do MP absolve maioria dos membros da Lava Jato do Rio investigados por quebra de sigilo

O órgão puniu apenas dois dos 11 procuradores que teriam vazado informações sigilosas de denúncias contra ex-senadores

  • Brasília | Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Sessão de votação do CNMP sobre punição a procuradores da extinta Lava Jato do Rio

Sessão de votação do CNMP sobre punição a procuradores da extinta Lava Jato do Rio

Sergio Almeida/CNMP - 19.12.2022

O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) decidiu na segunda-feira (19) absolver nove dos 11 procuradores que fizeram parte da extinta força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro e eram investigados pelo vazamento de informações confidenciais sobre uma operação contra os ex-senadores do MDB Romero Jucá e Edison Lobão e contra Márcio Lobão, filho de Edison.

Os procuradores respondiam a um processo administrativo pela publicação, no site oficial do MP do Rio, em 10 de março de 2021, de detalhes de denúncias contra Jucá, Lobão e Márcio por supostos crimes praticados por eles no bojo das obras de construção da Usina Nuclear de Angra 3. O texto publicado naquele dia continha informações baseadas em provas que estariam sob sigilo, que só poderiam ser visualizadas pelos usuários internos do juízo em que tramitava o processo.

A denúncia da força-tarefa foi recebida pela Justiça em 16 de março. Ao acatar a manifestação dos procuradores, a juíza responsável pelo caso disse que as informações divulgadas pelo MP não poderiam ter se tornado públicas. Em 18 de março, Jucá, Lobão e Márcio foram alvo de uma operação por causa da denúncia. Nesse dia, o caráter sigiloso das informações sobre os três foi retirado.

O processo foi instaurado a pedido da defesa dos três políticos, que queria a demissão dos 11 promotores. A maioria dos membros do CNMP, no entanto, decidiu punir apenas duas pessoas. Uma delas foi o ex-coordenador da Lava Jato no Rio Eduardo El Hage. O conselho aplicou a pena de suspensão, o que impede o procurador de participar, por cinco anos, de forças-tarefas e grupos especiais ou de ocupar cargos de confiança no Ministério Público.

A procuradora Gabriela de Goes Anderson Maciel Tavares Câmara, que participou do processo de elaboração e publicação da notícia com informações sigilosas no site do MP do Rio, recebeu a punição de censura. Ela será advertida reservadamente e por escrito.

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