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Corregedoria vai investigar ligação de PM com golpe de pirâmide 

O subtenente Gilneto Duarte é pai de Pedro Gil que fez vítimas em Planaltina (DF); ele aparece como fiador nos contratos

Brasília|Priscila Mendes e Emerson Fonseca Fraga, do R7, em Brasília

Pedro Gil, que é filho de um policial militar, ostentava nas redes sociais
Pedro Gil, que é filho de um policial militar, ostentava nas redes sociais Pedro Gil, que é filho de um policial militar, ostentava nas redes sociais

Depois que o R7 noticiou que um grupo de pelo menos 29 policiais militares do DF caiu em um suposto golpe de pirâmide financeira, a corregedoria da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) informou que instaurou procedimento para apurar se houve ou não participação de um policial militar no esquema. 

O policial Gilneto Alves Duarte é pai de Pedro Gil Duarte Fonseca, o "assessor de investimentos" que prometia para as vítimas ganhos de 20% ao mês e devolução do dinheiro investido em seis meses. Pedro Gil mantém um escritório de investimentos em Planaltina (DF), o 2P Trader (Pedro Intermediação de Negócios Eireli).

No Portal da Transparência, Gilneto aparece como subtenente da Polícia Militar, com remuneração bruta de R$ R$ 12.464,24. O R7 teve acesso ao contrato assinado por uma das vítimas no qual o nome do policial aparece como primeiro fiador.

Ele é acusado de fazer a intermediação entre o filho e os policiais do 20º Batalhão de Polícia Militar, na região do Paranoá, onde as reuniões de negócios eram feitas. Segundo os denunciantes, Gilneto levou o filho e o apresentou aos colegas de farda como "uma pessoa muito qualificada no mercado financeiro".

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"Foi o Gilneto que deu a credibilidade ao negócio. Embora não atuasse dentro da empresa em si, ele foi fundamental para que a gente acreditasse no filho e fizesse os investimentos. Ele fez parte do golpe. Não é só um estelionato cometido pelo filho. É uma organização crimisosa", diz um PM que caiu no golpe após investir mais de R$ 51 mil. 

A irmã de Pedro Gil, conhecida como Isabela Fonseca Duarte, também intermediava as negociações. Ela se apresentava como diretora do 2P Trader. De acordo com as vítimas, enquanto o dinheiro deles não é devolvido, ela ostenta um veículo de luxo pelas ruas da capital federal — uma Mercedes C180, que custa a partir de R$ 237.900.

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O golpe

No primeiro mês, os valores foram repassados para as vítimas conforme o prometido nas negociações. A partir do segundo mês, alguns PMs pararam de receber o dinheiro.

Em junho de 2020, sob pressão dos militares, Pedro Gil, o suposto assessor de investimentos, fez uma reunião com o grupo, na qual prometeu regularizar os pagamentos e devolver os valores investidos, ainda que parcelados.

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O homem chegou a criar um grupo de WhatsApp. Mas, logo depois, ele parou de responder diretamente às mensagens e de atender às ligações dos PMs.

Outras vítimas começaram a aparecer e o R7 contou alguns casos, como o do microempresário de 28 anos que precisou fechar as portas de uma hamburgueria, em Planaltina, por falta de condições para manter no negócio. "Eu fiquei sem dinheiro até para fazer caixa", conta.

Procurados pelo R7 em três números de telefone, Pedro Gil e os funcionários do escritório da 2P Trader não atenderam às ligações. O pai dele, Gilneto Alves Duarte, também não atendeu a reportagem. 

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