Cotado para ser vice de Bolsonaro, Braga Netto se filia ao PL
Com a filiação do ex-ministro da Defesa, há possibilidade de ser uma chapa pura, formada por políticos do mesmo partido
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
Cotado para ocupar a cadeira de vice na chapa de Jair Bolsonaro à reeleição neste ano, o general e ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto se filiou ao PL no fim de março. Com a filiação, há possibilidade de ser uma chapa pura, formada por políticos do mesmo partido.
O PL ainda não divulgou oficialmente a filiação de Braga Netto, que começou a ser cogitado para vice de Bolsonaro no fim do ano passado. A entrada do general no partido ocorreu no dia 28 de março.
Pelas regras eleitorais, ministros que queiram disputar cargos eletivos tiveram de deixar os postos até 2 de abril. Braga Netto deixou o Ministério da Defesa e passou a dar expediente ao lado de Bolsonaro, no Palácio do Planalto, como assessor especial. O cotado pode ter cargo, fora de função de chefia, até julho. Depois, precisa deixar o cargo público.
Em ao menos duas ocasiões, Bolsonaro destacou que o vice seria um homem nascido em Belo Horizonte e que passou por colégio militar, características preenchidas por Braga Netto, nascido na capital de Minas Gerais e general do Exército.
Na última segunda-feira (11), o presidente afirmou que há 90% de chance de o general assumir a posição de vice. "Tem tudo para dar certo. O trabalho do vice é realmente substituir o presidente nas horas de sua ausência e também para servir de conselheiro para ele", disse.
De acordo com interlocutores, Braga Netto preenche os requisitos buscados por Bolsonaro e é visto, ainda, como ‘seguro-impeachment’, em eventual destituição do presidente da República.
O general não figurou entre os presentes no evento que inicialmente foi tratado como ato de lançamento da pré-candidatura de Bolsonaro, em 27 de março, em Brasília. A equipe jurídica da campanha do presidente acendeu o alerta diante das regras eleitorais e mudou a cerimônia para apenas filiação de novos membros ao PL, com o objetivo de aumentar a base de apoio do atual comandante do Palácio do Planalto.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o não comparecimento do general ao evento se deu justamente para que a cerimônia não tivesse caráter eleitoreiro, apesar do tom adotado por Bolsonaro, e eventualmente enfrentar problemas na Justiça.