'Covardia o que estão querendo', diz Bolsonaro sobre Telegram
Possível suspensão do aplicativo por não conter desinformação é discutida; Bolsonaro afirma que Planalto 'está tratando do assunto'
Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
O presidentre Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (27) que o governo está acompanhando as discussões sobre a possibilidade de suspensão do aplicativo Telegram por não controlar desinformação na rede. O presidente é contrário à possível suspensão do aplicativo.
"A gente está vendo aqui. Covardia o que estão querendo fazer com o Brasil, né? Covardia", disse o presidente a apoiadores. Em seguida, uma mulher afirmou que estão tentando "cortar" a comunicação da população, ao que o presidente apenas disse: "Não vou responder. [O Planalto] está tratando do assunto."
A situação do aplicativo está sendo analisada no âmbito do Ministério Público Federal, em São Paulo, e também pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No fim do ano passado, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, enviou ao diretor-executivo da empresa, Pavel Durov, um pedido de reunião para discutir formas de cooperação para combater a desinformação.
No ofício, Barroso frisou que o aplicativo está em rápido crescimento no Brasil e que nele circulam "muitas teorias da conspiração, e informações falsas sobre o sistema eleitoral estão sendo disseminadas sem nenhum controle."
O Telegram é amplamente utilizado pelo presidente e seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos). Diferentemente do WhatsApp, onde os grupos têm número máximo de participantes e cada lista de transmissão (em que se pode enviar a mesma mensagem a várias pessoas) pode ter no máximo 256 pessoas, os canais do Telegram não têm limite.
O canal do presidente Bolsonaro, por exemplo, tem mais de 1 milhão de participantes; o de Flávio Bolsonaro, 92,2 mil inscritos; o de Eduardo Bolsonaro, 52,5 mil; e o de Carlos, 70,7 mil. Somando os quatro integrantes da família Bolsonaro, são 1,2 milhão de pessoas alcançadas.