Covid: 21 milhões de brasileiros ainda não tomaram a segunda dose
Saúde lança a campanha 'MegaVacinação' para alcançar quem está com a imunização atrasada. Mutirão começa no sábado (20)
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
Mais de 21 milhões de pessoas aptas a tomar a segunda dose do imunizante contra a Covid-19 ainda não procuraram os postos de saúde para completar o esquema vacinal. Com o bordão "Proteção pela metade não é proteção", o Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira (16), a campanha MegaVacinação, uma semana dedicada a alcançar o público com a imunização atrasada e os elegíveis a tomar a dose de reforço. Os postos de saúde funcionarão no fim de semana e com horários estendidos entre 20 e 26 de novembro.
Para considerar atraso, o Ministério da Saúde contabiliza as pessoas que ainda não tomaram a segunda dose 30 dias após a data de retorno prevista para a CoronaVac e 90 dias no caso da AstraZeneca e da Pfizer. No total, 8,9 milhões ainda não tomaram a segunda dose da AstraZeneca e, no que se refere à Pfizer e à CoronaVac, faltam completar o esquema 6,5 milhões e 5,6 milhões de brasileiros, respectivamente.
O público com maior déficit tem entre 25 e 34 anos. "Observamos que uma faixa etária mais jovem está perfazendo um quantitativo expressivo de pessoas que não foram tomar a segunda dose", afirmou a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid, Rosana Leite de Melo.
Os motivos, segundo Rosana, são multifatoriais. "Talvez uma não informação adequada quanto a efeitos adversos, o medo, as propagandas que acontecem, todos voltando a trabalhar. Muitas vezes a questão econômica está pesando, sim, e eles [os aptos a tomar a segunda dose] têm dificuldade de ir a determinada unidade para fazer a vacinação porque estão no trabalho."
O secretário-executivo do ministério, Rodrigo Cruz, também observou uma tentativa do público para adequar o dia de tomar a vacina com o medo das reações. "Muita gente deixa de procurar o posto, fica calculando a melhor data, o melhor dia da semana para tomar a segunda dose em razão da experiência de reação que teve com a primeira dose. Em regra, a reação é menor, e essa é uma mensagem de incentivo para que todos procurem os postos de saúde para tomar a segunda dose."
Em números absolutos, São Paulo lidera o total de atrasados, com mais de 4,1 milhões de pendências. Em seguida vem Minas Gerais, com 2,2 milhões, e Bahia (2 milhões). Proporcionalmente, o estado baiano também está no ranking de alerta, em terceiro lugar, já que mais de 20% da população ainda precisa completar o esquema. Em segundo lugar está o Ceará (23,7%), e o ranking negativo é liderado pelo Amapá (28%).