CPI da Câmara Legislativa do DF aprova convocação dos generais Heleno, Dutra e Gonçalves Dias
Deputados distritais também optaram por não ouvir Anderson Torres no momento em razão do estado de saúde dele
Brasília|Fabíola Souza, do R7, em Brasília
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal que investiga os atos extremistas de 8 de janeiro aprovou nesta quinta-feira (27) requerimentos de convocação, na condição de testemunhas, dos generais Augusto Heleno, Gonçalves Dias e Gustavo Henrique Dutra.
Ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Augusto Heleno disse à CPI que iria depor em 20 de abril, mas voltou atrás. Ele havia sido convidado — quando não há a obrigação de comparecimento — a prestar esclarecimentos à CPI. Agora, como convocado, ele é forçado a depor.
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O presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), retirou o requerimento para que o ex-secretário Anderson Torres fosse ouvido na comissão. Segundo o parlamentar, o motivo do recuo foi o estado de saúde de Torres, que está preso desde 14 de janeiro. "Este não é o momento. Mais para a frente, apresentamos novamente o requerimento, pois é importante ouvi-lo", disse.
Já o requerimento para convocação do fotógrafo da Reuters Adriano Machado, que estava nos Três Poderes fazendo cobertura no dia da invasão, foi reprovado.
Aprovação
Os deputados distritais também aprovaram o requerimento de reconvocação da ex-subsecretária de Inteligência da pasta de Segurança Pública do DF Marília Ferreira Alencar. Ligada ao ex-secretário Anderson Torres, ela trabalhou com ele no Ministério da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Marília já depôs na CPI em 9 de março.
A intenção dos distritais é ouvi-la sobre a atuação na Inteligência da pasta. Ela é investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de ter participado do levantamento de informações que possibilitou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) impedir eleitores de votar no segundo turno das eleições de 2022.
A convocação de Ana Priscila Azevedo também foi aprovada na sessão. Ela é apontada como uma das organizadoras dos atos extremistas em Brasília.
Gonçalves Dias
Ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias pediu demissão do cargo no dia 19. A decisão foi tomada depois de imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto mostrarem que ele estava no prédio quando a sede do Executivo foi palco de atos de vandalismo, em 8 de janeiro.