CPI do DF aprova convocação do general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI
Distritais se reuniram na manhã desta quarta-feira (15) para debater requerimentos e decidir a agenda de abril
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga os atos extremistas de 8 de janeiro aprovou requerimento para ouvir o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno Ribeiro. O documento foi aprovado durante uma reunião fechada do colegiado na manhã desta quarta-feira (15). Outro requerimento aprovado também convoca o atual ministro da pasta, general Marco Edson Gonçalves Dias.
De acordo com o requerimento que convoca Heleno, a presença do militar é importante, pois ele coordenava o GSI à época da tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, em Brasília, em 12 de dezembro, outro foco de investigação do colegiado. "Ao que tudo indica, os atos antidemocráticos foram previamente arquitetados, planejados e financiados, com vistas a alterar o resultado das eleições presidenciais, a partir de outubro de 2022, e obstar a alternância de poder", afirma o documento. Distritais apuram ainda se o militar teria incentivado os atos extremistas de 8 de janeiro.
Procurado pelo R7, o general Augusto Heleno ainda não respondeu às tentativas de contato.
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Ainda não há previsão de quando acontecerão os depoimentos. Os requerimentos são de autoria do deputado distrital Fábio Félix (PSOL).
Depoimentos da semana
Nesta quinta (15), os membros da CPI pretendem ouvir o coronel da Polícia Militar do DF Jorge Eduardo Naime Barreto. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que ele saia da prisão para depor — mas garantiu ao militar o direito de ficar calado.
Naime era comandante de Operações da corporação. O setor que ele chefiava seria um dos responsáveis pelo policiamento na Esplanada dos Ministérios durante os protestos que resultaram na invasão e depredação do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto.
Contudo, no dia dos protestos, o então comandante estava de folga. Também está previsto para esta quinta-feira o depoimento do coronel Marcelo Casimiro, que estava à frente do 1° Comando de Policiamento Regional, que inclui o batalhão responsável pela área central de Brasília.
Agenda de abril
Os parlamentares decidiram ainda os depoentes da CPI para o mês de abril. Nas quatro sessões previstas para o mês, os distritais pretendem ouvir quatro suspeitos de planejar, fabricar e instalar uma bomba que seria explodida em um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília em 14 de dezembro.
A primeira sessão do próximo mês está prevista para 4 de abril, uma terça-feira. Na data, os parlamentares pretendem ouvir os empresários Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita. Segundo documentos da CPI, a dupla é suspeita de financiar, incentivar e participar do planejamento da tentativa de atentado à bomba nos arredores "do Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek no dia 24 de dezembro de 2022".
E na última sessão de abril, no dia 27, os parlamentares querem ouvir Alan Diego dos Santos e George Washington de Oliveira Sousa, suspeitos de envolvimento direto na tentativa de explosão de um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília.
Da PM, os ouvidos serão a coronel Cintia Queiroz de Castro, subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF à época dos atos extremistas, em 13 de abril; o tenente-coronel Paulo José Ferreira de Souza, que afirmou à Polícia Federal que o Exército impediu que a PM desmobilizasse o acampamento de extremistas em frente ao Quartel-General da força armada, em 20 de abril; e, na mesma data, o coronel Fábio Augusto Vieira, que estava à frente da Polícia Militar do DF no dia dos atos.