CPI do DF ouve último depoimento antes de finalizar relatório sobre o 8 de Janeiro
Coronel da PMDF, Reginaldo de Souza Leitão é suspeito de ter recebido alertas sobre os atos extremistas em Brasília
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, Brasília
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal ouve nesta quinta-feira (16) o último depoimento antes de analisar o relatório final. O depoente será o coronel da Polícia Militar do DF Reginaldo de Souza Leitão. Com a oitiva, o colegiado terá recebido 32 pessoas ao longo de nove meses de apurações.
Leitão fazia parte de um grupo que monitorava as manifestações de 8 de janeiro e é suspeito de ter recebido alertas sobre os riscos de depredação dos prédios dos Três Poderes. Na época dos fatos, o coronel era chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar do DF e membro de um grupo de troca de mensagens por aplicativo com a presença da ex-subsecretária de Inteligência Marília Alencar e representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Mesmo com os avisos emitidos, inclusive na manhã de 8 de janeiro, as forças de segurança do DF não adotaram medidas preventivas para impedir os atos. Leitão iria prestar esclarecimentos aos deputados distritais no dia 26, mas apresentou atestado médico e teve o depoimento reagendado.
Votação do relatório
O prazo para encerrar as atividades da CPI é 5 de dezembro. No entanto, o presidente do órgão, Chico Vigilante (PT), quer votar o relatório final antes do dia 30 deste mês. Falta entre os deputados, contudo, um consenso sobre as expectativas do texto que será apresentado.
Até o momento, deputados da esquerda e da direita não descartam a possibilidade de apresentar um documento paralelo caso as expectativas não sejam atendidas. Vigilante diz que trabalha para entrar em acordo com os parlamentares.
No entanto, o próprio presidente do colegiado e relator, deputado Hermeto (MDB), não defende essa opinião. Vigilante diz que espera pedir o indiciamento de mais pessoas do que as que estão no relatório aprovado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional, que lista 61 nomes. Já o relator declara que não vai sugerir o indiciamento de quem não foi ouvido pela Casa.