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CPI pede acesso ao prontuário completo de Anthony Wong 

Senadores também querem acesso ao prontuário de Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

O médico Anthony Wong morreu em fevereiro de Covid-19 aos 73 anos
O médico Anthony Wong morreu em fevereiro de Covid-19 aos 73 anos

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 aprovou nesta quarta-feira (22) um requerimento de requisição do prontuário completo do pediatra e toxicologista Anthony Wong, que morreu aos 73 anos em fevereiro deste ano. A CPI quer ver também o prontuário de Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang. Ambos morreram em unidades de saúde da operadora Prevent Senior, em São Paulo.

A CPI recebeu informações que mostram que a certidão de óbito de Wong indicaria, como causas do óbito, choque séptico, pneumonia, hemorragia digestiva alta e diabetes, sem indicar a Covid-19. Na época da morte de Wong, foi divulgado que ele foi internado com quadro de queda de pressão e mal-estar, e que foi diagnosticado com úlcera gástrica e hemorragia digestiva. Entretanto, Wong teria dado entrada no hospital com diagnóstico positivo para Covid-19, no dia 17 de novembro do ano passado, e com sintomas como febre e tosse.

O médico era um dos defensores de medicamentos do chamado ‘tratamento precoce’, como a cloroquina. Ele também criticava o isolamento social como uma das medidas para evitar a disseminação do vírus da Covid. Informações levadas à CPI apontam, ainda, que Wong teria feito uso de medicamentos do tratamento precoce.

No caso de Luciano Hang, ele também é um defensor do tratamento refutado pela comunidade científica. A CPI recebeu informações de que a declaração de óbito de Regina Modesti Hang, mãe do empresário, teria sido fraudada, omitindo a Covid-19. A idosa morreu em decorrência de complicações causadas pela Covid, como publicizado na época por Hang.


Como revelado pelo R7, a comissão também recebeu informações de que Regina fez uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como cloroquina, antes de morrer. A informação diverge do que foi divulgado por Luciano Hang na época da morte da mãe, aos 82 anos, em fevereiro deste ano.

Na ocasião, o empresário fez um vídeo defendendo o chamado "tratamento preventivo" e refletindo sobre o que mais poderia ter feito por sua mãe. Segundo ele, Regina Hang foi levada ao hospital quando já estava com quase 95% do pulmão comprometido. "Ela estava assintomática e quando nós pegamos foi muito tarde. Eu me questiono: será que se eu tivesse feito o tratamento preventivo eu não teria salvado a minha mãe?", questionou.

Em depoimento nesta quarta-feira (22), o diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, se negou a falar sobre os dois pacientes, afirmando que não tinha autorização por parte dos familiares. Quando o senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP) mostrou um dos prontuários, ele disse que o documento não estava completo, mas não quis fazer mais nenhum comentário.

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