CPI: relator decide incluir mais cinco nomes na lista de investigados
Renan Calheiros formalizará inclusão de pessoas que já prestaram depoimento à comissão, como o cabo Dominghetti
Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), formalizará nesta semana mais cinco nomes na lista de investigados da comissão. Todos já prestaram depoimento aos senadores. A estratégia tem sido incluir os nomes na lista somente depois de ouvi-los para evitar habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer em silêncio.
Passarão a ser investigados: a diretora-Executiva e responsável técnica farmacêutica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades; o cabo da Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG) Luiz Paulo Dominghetti, apontado como vendedor autônomo de vacina pela empresa americana Davati Medical Supply; o representante da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho; o presidente da organização Instituto Força Brasil (IFB), tenente-coronel da reserva Helcio Bruno; e o ex-diretor de Programa do Ministério da Saúde Marcelo Pires. A informação foi repassada ao R7 pelo relator.
Com isso, a lista de investigados chega a 25 pessoas. A Precisa Medicamentos fechou um contrato com o Ministério da Saúde em fevereiro deste ano para venda de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, a R$ 1,6 bilhão. Após denúncia de pressão para liberar a importação do imunizante, suspeitas envolvendo documentação, entre outras questões apuradas no âmbito da comissão, o governo cancelou o contrato. Emanuela atuou na negociação e foi a primeira representante da empresa a prestar depoimento à CPI.
Dominghetti denunciou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, que nega. No decorrer das apurações, os senadores identificaram que Dominghetti tentou vender uma vacina que nem sequer existia. Cristiano Carvalho atuou junto com o cabo.
O tenente-coronel Helcio Bruno intermediou encontro da Davati com o ex-secretário-executivo da Saúde Elcio Franco. Pires consta na lista por ter sido apontado pelo servidor do ministério Luis Ricardo Miranda como uma das pessoas que atuou para pressionar pela liberação da importação da Covaxin.