CPI vai ouvir ex-subsecretária do DF que disse que a PM não se preparou para o 8 de janeiro
A coronel Cintia Queiroz de Castro vai participar da comissão da Câmara Legislativa do DF nesta quinta-feira
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Extremistas vai ouvir nesta quinta-feira (27) a coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Cintia Queiroz de Castro. Ela era subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF em 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
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O depoimento da coronel na Câmara Legislativa do DF (CLDF) já foi remarcado diversas vezes, por conta das constantes mudanças no cronograma da CPI. Cintia Queiroz foi a responsável pela elaboração do protocolo de ações integradas para o 8 de janeiro. Em depoimento à Polícia Federal, ela disse que a PM não se preparou para reagir aos manifestantes.
Segundo a coronel, o documento foi aprovado pelo então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que está preso por suspeita de omissão em relação aos protestos desde janeiro. Na PM, porém, o documento não teria tido o tratamento correto.
De acordo com ela, o coronel da PM Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, que estava à frente do Departamento de Operações (DOP), recebeu o protocolo e o encaminhou a outros setores da corporação “sem o devido planejamento próprio, a suas unidades subordinadas para se atentarem às providências pertinentes à Polícia Militar”.
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Requerimentos
Os deputados distritais também votarão em 10 requerimentos. Entre eles, dois vão tratar da convocação do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno Ribeiro. O militar disse à CPI que viria depor na última quinta-feira (20), mas voltou atrás.
Parlamentares querem ouvi-lo, pois era ele quem coordenava o GSI à época da tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, em Brasília, em 12 de dezembro. Deputados também vão questioná-lo sobre os protestos de 8 de janeiro.
Atuação da PRF
Outro requerimento é o de reconvocação da ex-subsecretária de Inteligência da pasta de Segurança Pública do DF Marília Ferreira Alencar. Ligada a Anderson Torres, ela trabalhou com o ex-secretário quando ele era ministro da Justiça no governo de Bolsonaro.
A intenção dos distritais é ouvi-la sobre a atuação na inteligência do Ministério da Justiça. Ela é investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de ter participado do levantamento de informações que possibilitou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) impedisse eleitores de voltarem no segundo turno das eleições de 2022.
Marília já depôs na CPI em 9 de março. À época, ela disse que as forças de segurança da capital foram informadas sobre a vinda de cerca de 5.000 manifestantes para Brasília, às vésperas das manifestações de 8 de janeiro.