CPMI do 8/1 cancela depoimento de condenado por armar bomba em Brasília por baixo quórum
Também estava prevista a votação de novos pedidos de convocação, mas ainda não há acordo
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro cancelou a sessão desta quinta-feira (28). Com isso, o depoimento de Alan Diego dos Santos — condenado por participar da tentativa de explosão de uma bomba nas proximidades do Aeroporto de Brasília — não foi realizado. A votação que estava prevista de novos pedidos de convocação também não ocorreu. A justificativa dada pela cúpula do colegiado é de que havia expectativa de baixo quórum de deputados e senadores.
A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), também justificou que o cancelamento da oitiva não deve afetar a avaliação final do parecer, já que a tentativa de explosão foi amplamente debatida no colegiado. “Tendo em vista a previsão de baixo quórum da sessão e que o tema do evento do aeroporto já foi debatido, a reunião da CPMI foi cancelada”, justificou a assessoria de imprensa da relatora.
Alan Diego é um dos três condenados pela tentativa de ataque às vésperas do Natal de 2022. O blogueiro Wellington Macedo e o empresário George Washington de Oliveira já passaram por oitiva no colegiado.
A relatora também pode usar informações de Alan que foram repassadas por ele à CPI da Câmara Legislativa do DF que também investiga os atos de 8 de janeiro. Na ocasião, em junho deste ano, ele disse que sonhava conhecer a capital federal e veio para passear. Também afirmou aos parlamentares que a bomba não explodiu porque ele impediu que isso acontecesse.
Nova votação
Com o cancelamento da sessão, a expectativa de votar novos requerimentos foi deixada de lado mais uma vez. Os pedidos seriam votados na terça-feira (26), mas, por falta de acordo, a pauta foi adiada.
O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, Arthur Maia (União-BA), condicionou a votação de novos requerimentos da ala governista à análise de um pedido de convocação feito pela minoria. Esse posicionamento de Maia faz parte da estratégia adotada pelo presidente desde o começo dos trabalhos da comissão para "equilibrar" as aprovações de requerimentos entre governo e oposição.
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A minoria quer ouvir um representante da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), item que Maia também defende. "Se não tiver acordo, coloco o requerimento da Força Nacional. Caso seja aprovado, aí colocamos os outros requerimentos solicitados pela maioria.” Segundo Maia, a negociação é a forma de garantir aprovação de pedido também da minoria. “Da minha parte não há nenhuma dificuldade de estender até quinta-feira para ver se vamos ou não ter condições de fazer essa reunião”, ponderou.
Leia mais: Maia suspende sessão da CPMI do 8/1 após confronto com deputado da oposição
Os governistas querem garantir a aprovação das quebras de sigilo de inteligência financeira do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Sem isso, não deve haver novas aprovações.
A possibilidade de votar, de fato, novos requerimentos, fica cada vez mais distante. Pela programação, há apenas mais três sessões para serem realizadas antes da apresentação do parecer final, programada para 17 de outubro.