Criador do Telegram se desculpa e pede ao STF que app siga no ar
Pavel Durov reconhece negligência no cumprimento de sentenças judiciais e promete delegar representante da empresa no Brasil
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
Um dos fundadores do Telegram, Pavel Durov emitiu um comunicado nesta sexta-feira (18) no qual pede desculpas ao STF (Supremo Tribunal Federal) após a empresa não ter cumprido uma série de sentenças judiciais impostas pela Corte, o que levou o ministro Alexandre de Moraes a determinar o bloqueio do aplicativo de mensagens no Brasil.
"Em nome de nossa equipe, peço desculpas ao Supremo Tribunal Federal por nossa negligência. Definitivamente, poderíamos ter feito um trabalho melhor", escreveu Durov, por meio do seu canal no Telegram.
Além disso, o criador do aplicativo pede ao ministro que suspenda a decisão de bloquear o Telegram no país. Segundo ele, a empresa se compromete a nomear um representante no Brasil para facilitar a comunicação com órgãos oficiais.
"Como dezenas de milhões de brasileiros contam com o Telegram para se comunicar com familiares, amigos e colegas, peço ao Tribunal que considere adiar sua decisão por alguns dias, a seu critério, para nos permitir remediar a situação nomeando um representante no Brasil e estabelecendo uma estrutura para reagir a futuras questões urgentes como esta de maneira acelerada", disse Durov.
"Estou certo de que, uma vez estabelecido um canal de comunicação confiável, poderemos processar com eficiência as solicitações de remoção de canais públicos que são ilegais no Brasil", acrescentou.
Segundo ele, o Telegram deixou de atender a algumas sentenças judiciais porque mudou o email institucional com o qual se comunicava com o STF. Pavel disse que avisou o Supremo sobre a alteração do endereço eletrônico, mas acredita que a mensagem não tenha chegado ao Tribunal, pois o STF continuou enviando ordens ao email antigo.
"Infelizmente, nossa resposta deve ter sido perdida, porque o Tribunal utilizou o antigo endereço de email de uso geral em outras tentativas de entrar em contato conosco. Como resultado, perdemos sua decisão no início de março que continha uma solicitação de remoção de acompanhamento. Felizmente, já o encontramos e processamos, entregando hoje outro relatório ao Tribunal", escreveu Durov.