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“Cuidado emocional faz parte da segurança do trabalhador”, diz diretor do Ministério do Trabalho

Nova norma do Ministério do Trabalho obriga empresas a incluir saúde mental na gestão de riscos a partir de 2026

Brasília|Natalie MachadoOpens in new window

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Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, Alexandre Scarpelli: 'Manter canais de diálogo abertos é essencial para preservar a saúde dos trabalhadores' TV Record/Reprodução - 10.11.2025

A partir de maio de 2026, todas as empresas brasileiras deverão incluir a saúde mental dos trabalhadores em seus programas de segurança do trabalho.

A atualização da NR-1 (Norma Regulamentadora nº 1), publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, torna obrigatória a prevenção de riscos psicossociais, como estresse, assédio e burnout, dentro do Programa de Gerenciamento de Riscos.


Alexandre Scarpelli, diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho e auditor fiscal, explica que a mudança amplia o conceito tradicional de segurança.

“A NR-1 é a mãe das normas regulamentadoras. Ela define como as empresas devem sistematizar o controle dos riscos para preservar a segurança e a saúde dos trabalhadores. Agora, passamos a considerar também os riscos psicossociais dentro desse escopo”, afirmou.


A revisão da norma determina que as empresas identifiquem e controlem fatores de risco emocional e organizacional em seus ambientes, como excesso de metas, carga horária elevada, falta de autonomia e conflitos interpessoais.

“As empresas precisam prever quais são os riscos psicossociais na forma como o trabalho é organizado, nas relações interpessoais e no modo como os trabalhadores se relacionam com suas atividades. Devem adotar medidas de controle para evitar o adoecimento”, destacou Scarpelli.


Afastamento por transtornos mentais

A atualização ocorre em meio a um aumento expressivo dos afastamentos por transtornos mentais. Em 2024, o INSS registrou mais de meio milhão de pedidos de licença por motivos relacionados à saúde mental, o maior número da série histórica.

O texto da nova NR-1 foi elaborado de forma tripartite, com participação de governo, empregadores e trabalhadores na Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), responsável por revisar e criar normas de segurança no país.


“Quando falamos de ergonomia, sempre pensamos em mobiliário ou movimentos repetitivos, mas ela envolve muito mais: inclui fatores psicofisiológicos e mentais. O risco psicossocial é parte disso e precisa ser tratado com a mesma seriedade”, disse o auditor.

Scarpelli defende que as empresas passem a enxergar o cuidado emocional como parte da produtividade e do próprio modelo de gestão.

“Fatores como excesso de cobrança, metas abusivas, falta de autonomia e violência no ambiente de trabalho, como assédio moral e sexual, precisam ser combatidos. Manter canais de diálogo abertos é essencial para preservar a saúde dos trabalhadores”, completou.

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