CVM vai investigar mudança na presidência da Petrobras
Informação de que Joaquim Silva e Luna seria demitido começou a circular antes de a autarquia ser formalmente avisada
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) instaurou um procedimento administrativo para investigar a decisão do governo federal de trocar o comando da Petrobras, na última segunda-feira (28). A apuração será feita por causa da demora da empresa em notificar a CVM sobre a mudança na presidência da estatal.
Pelo regimento interno da CVM, qualquer ato ou fato relevante relacionado a uma empresa com ações na bolsa capaz de influir "de modo ponderável" no desempenho da instituição tem de ser comunicado ao mercado por um um diretor de relações com investidores.
Na segunda, rumores sobre a demissão de Joaquim Silva e Luna começaram a surgir durante a tarde, com o mercado financeiro ainda aberto, fazendo com que as ações da Petrobras caíssem aproximadamente 3%. A empresa, no entanto, só se posicionou oficialmente à noite, às 21h.
O procedimento da CVM foi aberto pela Gerência de Acompanhamento de Empresas. O objetivo é apurar se houve antecipação ou vazamento de informações por parte da Petrobras. Procurada, a CVM disse que não comenta casos específicos.
O governo decidiu tirar Silva e Luna da presidência da Petrobras por causa dos constantes reajustes nos preços dos combustíveis. Para o lugar dele, foi indicado o economista Adriano Pires de Andrade, especialista em geração de energia.
Graduado em economia, Pires tem doutorado em Economia Industrial pela Universidade de Paris XIII, mestrado em Planejamento Energético. Ele precisará passar pelo crivo do Conselho de Administração da Petrobras antes de assumir a presidência.