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Defesa de Bolsonaro diz que não vai contestar delação de Cid e aliados questionam veracidade das provas

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente foi afastado do Exército, mas continua a receber o salário, de R$ 27 mil

Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília

Mauro Cid (de farda verde) ao lado de Jair Bolsonaro
Mauro Cid (de farda verde) ao lado de Jair Bolsonaro Mauro Cid (de farda verde) ao lado de Jair Bolsonaro

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) descarta contestar neste momento a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sem o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).

No entanto, aliados do ex-chefe do Executivo questionam a veracidade das eventuais provas que o militar possa apresentar contra o ex-chefe.

"Ninguém da defesa do presidente sequer conversou, cogitou ou aventou referido movimento", disse nas redes sociais o ex-secretário especial da Comunicação Social da Presidência da República e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, sobre a contestação da delação sem o aval da PGR. "Sequer pensamos nisso neste momento", declarou a defesa ao R7.

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A delação de Cid foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também concedeu liberdade provisória ao tenente-coronel, com imposição de medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de sair de casa. O magistrado ainda afastou o ex-ajudante de ordens de suas funções no Exército.

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A delação é um tipo de acordo que suspeitos podem fazer para conseguir a redução ou a extinção da pena ou o perdão judicial em troca de passar informações sobre o crime que contribuam para a investigação. Ela só pode ocorrer quando o investigado fornece informações determinantes para a solução ou o esclarecimento dos fatos apurados. No acordo, não basta que as informações sejam apresentadas; elas têm de ser comprovadas pelos órgãos.

O episódio da delação causou certa apreensão em aliados de Bolsonaro com relação à veracidade das eventuais provas que Cid pode apresentar. Um ex-líder do governo na Câmara dos Deputados afirmou que a "única coisa que sabe é que qualquer homem, ao ver sua família na mira de um ataque frontal, será capaz de falar até o que não viu, jurando que viu". Um senador do entorno do ex-presidente fala em "nada de novo" na delação de Cid, e sim "forçar a barra para construir um fato novo" que incrimine o ex-presidente.

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"Eu acredito que Cid está sofrendo a maior pressão de sua vida. Ou delata, mesmo com falta de provas materiais, ou vai ver a sua vida e de sua família virar um inferno. O sistema quer não apenas tornar Bolsonaro inelegível, mas rebaixá-lo ao nível de Lula, colocando a pecha de corrupto", disse outro aliado de Bolsonaro. "O único objetivo desse circo de horrores que se transformou a Justiça em nosso país é acabar com o mito, e isso não pode ser por meio de prisão sem antes vir a desmoralização", completou.

Cid, que estava preso desde maio, é investigado por participação em um esquema de fraude em cartões de vacinação e em uma tentativa de golpe de Estado. O tenente-coronel do Exército também é investigado no caso das joias sauditas dadas a Jair e Michelle Bolsonaro e no dos atos extremistas de 8 de janeiro. À Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens já prestou ao menos seis depoimentos.

Após a decisão de Moraes, o Exército informou que atendeu à ordem e vai afastar Cid de suas funções, mas ele continua a receber o salário, de R$ 27 mil. A instituição informou que o tenente-coronel vai ficar agregado ao Departamento-Geral de Pessoal, sem ocupar nenhum cargo. 

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Como mostrou o R7, Cid deve se apresentar nesta segunda-feira (11) à Vara de Execuções Penais de Brasília, uma das imposições dadas por Moraes ao conceder a liberdade provisória ao militar. O ex-ajudante de ordens terá de se apresentar toda segunda-feira ao órgão. 

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