Defesa de ex-ajudante de Bolsonaro pede para ele não comparecer à CPMI do 8 de janeiro
A comissão vai ouvir o militar Osmar Crivelatti nesta terça pela manhã; a ação está sob a relatoria do ministro André Mendonça
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

A defesa de Osmar Crivelatti, ex-coordenador administrativo da Ajudância de Ordens da Presidência da República na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não seja obrigado a comparecer à CPMI que investiga os atos extremistas do 8 de Janeiro, ou, se tiver que ir, que possa ficar em silêncio. A comissão vai ouvir Crivelatti nesta terça-feira (19) pela manhã. A ação está sob a relatoria do ministro André Mendonça.
A decisão de ouvi-lo no colegiado atende a seis pedidos de parlamentares governistas. A princípio, o depoimento da próxima sessão da CPMI seria do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente em 2022. O R7 verificou que Braga Netto será ouvido em 5 de outubro. A troca ocorreu a pedido da relatora da comissão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que quer esperar mais documentos e informações ligadas ao general.
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De acordo com a defesa de Crivelatti, é juridicamente impossível distinguir quais perguntas deverão ser respondidas por ele, como testemunha, e em quais ele poderá exercer o direito de ficar em silêncio, como investigado, tendo em vista a confusão entre o objeto da CPMI e os fatos apurados na investigação policial em trâmite no STF.
Manifestantes contrários a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) furaram o bloqueio realizado na Esplanada dos Ministérios pela Polícia Militar do Distrito Federal, na tarde desta domingo (8).
Manifestantes contrários a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) furaram o bloqueio realizado na Esplanada dos Ministérios pela Polícia Militar do Distrito Federal, na tarde desta domingo (8).
"Há evidente desvio de finalidade na convocação para depor 'como testemunha' perante Comissão que tem adotado todas as medidas investigativas a seu alcance. Em flagrante afronta aos direitos e garantias individuais consagrados na Constituição Federal, a CPMI promove, num primeiro momento, uma devassa na vida privada dos supostos envolvidos no fato objeto de apuração, em verdadeira pesca predatória (fishing expedition), para, em seguida, convocar o alvo dessa investigação para prestar depoimento como 'testemunha'", diz a defesa.
Foto 1
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Osmar Crivelatti foi alvo de uma operação da Polícia Federal em agosto. Ele prestou depoimento à PF sobre o esquema de venda ilegal de joias recebidas em viagens oficiais. Segundo fontes ligadas à investigação, o militar detalhou a própria participação nas negociações de itens que Bolsonaro recebeu em viagens oficiais e se pôs à disposição para novos depoimentos. Depois disso, a defesa do ex-presidente pediu acesso à oitiva de Crivelatti.






















