Defesa de hacker da 'Vaza Jato' pede ao STF que ele fique em 'silêncio absoluto' na CPMI de 8/1
Ele se tornou alvo da CPMI ao afirmar que recebeu quantias da deputada Carla Zambelli (PL-SP)
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
A defesa de Walter Delgatti, conhecido por ter dado origem à operação "Vaza Jato", pediu ao Supremo Tribunal Federal para ele ficar em "silêncio absoluto" diante de perguntas que possam incriminá-lo durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro. O hacker vai prestar depoimento na comissão nesta quinta (17). A oitiva havia sido marcada inicialmente para o dia 10, mas foi adiada.
"Considerando que a decisão que o convocou para depor na CPMI determina que o mesmo tem o dever legal de manifestar-se sobre os fatos e acontecimentos relacionados ao objeto da investigação, considerando ainda que qualquer declaração do paciente poderá prejudicá-lo, além de que existe o risco de que atos constrangedores possam ocorrer durante o seu depoimento perante a CPMI, a presente impetração possui o único propósito de assegurar-lhe o direito ao silêncio absoluto", disse a defesa.
A defesa também pede que seja garantido a Delgatti que ele não sofra nenhuma ameaça nem constrangimentos.
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A convocação foi um pedido da ala governista, que alega que Delgatti tem "envolvimento na promoção dos atos criminosos contra a democracia e as instituições públicas brasileiras”. Por se tratar de uma convocação, ele é obrigado a comparecer à comissão.
Para o deputado Rogério Correia (PT-MG), vice-líder do governo na Câmara e autor do requerimento de convocação, o hacker precisa ser interrogado pela comissão para explicar a afirmação feita à Polícia Federal de que, no ano passado, Bolsonaro perguntou se ele conseguiria invadir as urnas eletrônicas caso tivesse o código-fonte dos equipamentos.
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Mais cedo, Delgatti compareceu à Polícia Federal, em Brasília. O hacker foi preso na investigação que apura a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a inserção de um mandado de prisão falso ao ministro Alexandre de Moraes, além de alvarás de soltura também falsos, no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
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Ele se tornou alvo da CPMI ao afirmar que recebeu quantias em dinheiro da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que supostamente queria que ele "invadisse a urna eletrônica ou qualquer sistema da Justiça" com o objetivo de demonstrar uma suposta fragilidade do sistema judicial.