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R7 Brasília

Depois de fala de Monark, autoridades repudiam nazismo

Durante entrevista com deputados nesta segunda-feira (7), Monark disse que lei deveria permitir a existência de partido nazista

Brasília|Emerson Fraga, do R7, em Brasília

Igor 3K e Monark entrevistaram os deputados Kim Kataguiri e Tabata Amaral
Igor 3K e Monark entrevistaram os deputados Kim Kataguiri e Tabata Amaral

Depois que o apresentador Bruno Aiub, do podcast Flow, conhecido como Monark, defendeu a existência legal de um partido nazista no Brasil, autoridades repudiaram a fala. Monark estava acompanhado dos deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP).

"A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião. [...] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei", disse o podcaster. 

Enquanto Tabata contestou a fala, Kim, ao ser questionado pela colega se "acha que é errado a Alemanha ter criminalizado o nazismo", respondeu positivamente. Veja o trecho:

Depois do discurso, Monark foi desligado do podcast Flow. Ele tem, atualmente, 50% das ações dos Estúdios Flow, e terá sua parte na empresa comprada pelo outro sócio, Igor Coelho, conhecido como Igor 3K.


O procurador-geral da República, Augusto Aras, mandou investigar se Monark e Kim cometeram apologia do nazismo, crime com pena de um a três anos de prisão, mais multa. A PGR (Procuradoria-Geral da República) disse que, "embora não possa se posicionar sobre o caso específico — que será devidamente apurado —, o PGR [procurador-geral da República] reitera posição contra o discurso de ódio já externada em mais de uma oportunidade".

O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que "defender o nazismo não é liberdade de expressão. Defender um regime que assassinou 6 milhões de judeus inocentes só por serem judeus, no maior genocídio da história, é um acinte repugnante e criminoso".


O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes disse que a postura é "execrável".

O também ministro da Corte Alexandre de Moraes afirmou que a conduta é "abominável".


Repúdio de organizações

Organizações como a Conib (Confederação Israelita no Brasil) também manifestaram repúdio à fala. "A Conib (Confederação Israelita do Brasil) condena de forma veemente a defesa da existência de um partido nazista no Brasil e o 'direito de ser antijudeu', feita pelo apresentador Monark, do Flow Podcast. O nazismo prega a supremacia racial e o extermínio de grupos que considera 'inferiores'. Sob a liderança de Hitler, o nazismo comandou uma máquina de extermínio no coração da Europa que matou 6 milhões de judeus inocentes e também homossexuais, ciganos e outras minorias. O discurso de ódio e a defesa do discurso de ódio trazem consequências terríveis para a humanidade, e o nazismo é sua maior evidência histórica", disse a entidade, em nota.

A Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo) também publicou texto nas redes sociais sobre o ocorrido. "Nós, da Federação Israelita do Estado de São Paulo, repudiamos de forma veemente esse discurso e reiteramos nosso compromisso em combater ideias que coloquem em risco qualquer minoria. Manifestações como essa evidenciam o grau de descomprometimento do youtuber com a democracia e os direitos humanos."

Em nota, a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) afirmou que "o direito à liberdade de expressão não é absoluto, e repudiar o nazismo é uma tarefa permanente, que deve ser reiterada por todos".

Em uma série de postagens no Twitter, o Museu do Holocausto no Brasil disse que "o partido nazista refletia uma pequena minoria e, por ter suas ideias de supremacia e extermínio consentidas, pôde crescer e perpetrar o Holocausto". Holocausto é como é chamado o extermínio de milhões de judeus, ciganos e homossexuais pelo Partido Nazista alemão, comandado por Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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