Depois de fala dos EUA sobre força militar, Lula diz que ‘cada um cuida do seu nariz’
Mais cedo, porta-voz da Casa Branca afirmou que Trump ‘não tem medo de usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos’
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira (9) que “cada um cuida do seu nariz”, em referência às sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra o Brasil.
“Este país precisa passar por este momento histórico de cabeça erguida, este país é soberano, já fez sua independência, tem mulheres, homens e crianças que têm orgulho de ser brasileiros. Não precisamos de ninguém metendo o bedelho no nosso país. Cada um cuide do seu nariz. Do nosso terreiro cuidamos nós, do nosso quintal cuidamos nós”, declarou, em agenda em Manaus (AM).
A fala ocorreu horas depois de a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmar que o presidente Donald Trump “não tem medo de usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo”.
A declaração da porta-voz se deu após questionamento de jornalista sobre o julgamento, no STF (Supremo Tribunal Federal), do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus do chamado Núcleo 1 da trama golpista.
No discurso, Lula também criticou o ex-presidente e o filho Eduardo Bolsonaro (PL).
“Estamos vivendo um momento delicado no Brasil. Vocês estão vendo brasileiro que foi candidato e eleito pelo povo brasileiro, que cometeu as burrices que cometeu, que sabe que cometeu, que está sendo julgado, que mandou o filho ir para os Estados Unidos pedir para o governo Trump taxar o Brasil”, destacou o presidente, ao chamá-los, novamente, de “traidores da pátria”.
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“É a primeira vez na história deste país. Quando Joaquim Silvério dos Reis traiu Tiradentes, ele não foi para a França, ele não foi para a Europa. Ele traiu Tiradentes aqui dentro do Brasil. Esses caras tiveram a pachorra de mandar gente para os EUA para falar mal do Brasil e condenar o Brasil, tentando dizer que o pai dele é inocente. O pai dele não é inocente, o pai dele tentou dar um golpe de Estado, estava arquitetando matar o Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. O pai dele não trouxe sequer oxigênio para Manaus quando esta cidade estava vendo muita gente morrer”, criticou, em referência à pandemia da Covid 19.
Lula condenou, ainda, o pedido de anistia feito por Bolsonaro e aliados.
“Não adianta ficar pedindo anistia, nem foi condenado ainda. Em vez de estar se defendendo e dizendo que é inocente, está pedindo anistia”, completou.
Declaração dos EUA
Em coletiva de imprensa, Leavitt também declarou que Trump não pensa em aplicar novas taxas a produtos brasileiros comprados pelos EUA.
O tarifaço de 50% sobre itens brasileiros importados pelos americanos está em vigor desde 6 de agosto.
“Não tenho hoje nenhuma ação adicional para antecipar a vocês, mas posso afirmar que essa [garantir a liberdade de expressão] é uma prioridade para o governo, e o presidente não tem medo de usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo”, declarou a porta-voz a jornalistas.
Ao anunciar o tarifaço, no início de julho, Trump alegou que o ex-presidente brasileiro é vítima de uma “caça às bruxas”. A imposição das taxas, segundo o republicano, foi em reação a essa suposta perseguição.
Questionada se o presidente norte-americano planeja nova sanção ao Brasil devido ao julgamento de Bolsonaro, Leavitt destacou a “proteção de interesses no exterior”.
“A liberdade de expressão é, possivelmente, a questão mais importante do nosso tempo. Ele [Trump] leva esse tema muito a sério, razão pela qual adotamos ações significativas em relação ao Brasil, tanto na forma de sanções quanto no uso de tarifas, para garantir que cidadãos ao redor do mundo não sejam tratados dessa maneira. Ao mesmo tempo, enquanto o presidente utiliza o peso dos Estados Unidos para proteger nossos interesses no exterior, ele também assegura que a liberdade de expressão permaneça aqui nos Estados Unidos”, completou.
Perguntas e Respostas
Qual foi a declaração de Lula sobre as sanções dos EUA?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “cada um cuida do seu nariz”, referindo-se às sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra o Brasil. Ele enfatizou a soberania do país e a necessidade de enfrentar o momento histórico com dignidade.
O que motivou a fala de Lula?
A declaração de Lula ocorreu após a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmar que o presidente Donald Trump “não tem medo de usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo”.
Como Lula se referiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro?
Lula criticou Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, chamando-os de “traidores da pátria”. Ele mencionou que Bolsonaro foi eleito pelo povo, mas cometeu erros e que seu filho pediu ao governo Trump para taxar o Brasil.
O que Lula disse sobre a traição na história do Brasil?
Lula comparou a situação atual com a traição de Joaquim Silvério dos Reis a Tiradentes, afirmando que os Bolsonaro traíram o Brasil ao buscar apoio nos EUA para criticar o país.
Qual foi a posição de Lula sobre o pedido de anistia feito por Bolsonaro?
Lula condenou o pedido de anistia de Bolsonaro, afirmando que não faz sentido pedir anistia antes de ser condenado e que ele deveria se defender e provar sua inocência.
O que a porta-voz da Casa Branca disse sobre novas taxas a produtos brasileiros?
Karoline Leavitt afirmou que Trump não planeja aplicar novas taxas a produtos brasileiros, embora um tarifaço de 50% sobre itens brasileiros já esteja em vigor desde 6 de agosto.
Qual foi a justificativa de Trump para a imposição das taxas?
Trump alegou que a imposição das taxas foi uma resposta a uma “caça às bruxas” contra ele, considerando que Bolsonaro é uma vítima dessa perseguição.
Como a porta-voz da Casa Branca descreveu a liberdade de expressão?
Leavitt destacou que a liberdade de expressão é uma questão prioritária para o governo dos EUA e que Trump leva esse tema muito a sério, adotando ações significativas em relação ao Brasil para garantir que cidadãos não sejam tratados de maneira injusta.
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