Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

Deputado chama sócio da 123milhas de estelionatário e gera confusão na comissão

Empresário pediu desculpas aos clientes e negou a ilicitude da empresa; ele é ouvido pela CPI das pirâmides financeiras

Brasília|Camila Costa, do R7, em Brasília


Deputado Delegado Caveira durante CPI desta quarta-feira (6)
Deputado Delegado Caveira durante CPI desta quarta-feira (6)

Ao usar a palavra para fazer questionamentos a Ramiro Júlio Soares Madureira, sócio da empresa 123milhas, ouvido nesta quarta-feira (6) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das pirâmides financeiras, o deputado Delegado Caveira (PL-PA) usou o tempo de fala para discursar contra a empresa. O parlamentar chamou Madureira de estelionatário e acusou o empresário de formação de organização criminosa, falso testemunho e de crimes contra o direito do consumidor. As agressões do parlamentar causaram confusão na comissão, quando o advogado do empresário interveio.

O advogado pediu “ordem” ao presidente da comissão, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), e tentou interromper a fala do deputado. “Eu tenho imunidade parlamentar”, disse Caveira ao manter o discurso. “Não. Para ofender, não”, retrucou o advogado. 

Compartilhe esta notícia no WhatsApp

Compartilhe esta notícia no Telegram


Aureo Ribeiro precisou intervir. "Senhores, vou pedir ao advogado que, para fazer uso da palavra, peça ordem ao presidente; e vou pedir ao nobre colega, deputado Delegado Caveira, nós entendemos a imunidade parlamentar, mas se a gente puder tentar utilizar de termos menos agressivos, até para não alavancar o clima da comissão", apartou o presidente.

O sócio da empresa 123milhas Ramiro Júlio Soares Madureira é ouvido na CPI das Pirâmides Financeiras nesta quarta-feira (6) após a agência de viagens anunciar, em 18 de agosto, que não emitiria as passagens "flexíveis", com preço promocional da linha Promo, para viagens entre setembro e dezembro de 2023, e que iria ressarcir os clientes com um voucher, sem a opção de devolução em dinheiro.


“Se fosse um ladrão de galinha já estava no xadrez, mas como é empresário, dito empresário, mas para mim não passa de um estelionatário. Essa empresa vende o que não tem e deve ter desviado bilhões para paraísos fiscais, não tem lógica não devolver o dinheiro imediatamente, não tem sentido, tem muitas pessoas chorando e ele com essa cara debochada batendo papo aqui no congresso nacional em uma CPI. Represente imediatamente pela prisão preventiva. Fala perder todos os bens dele e da família e rastreie esse dinheiro, que é roubado, do povo”, criticou o deputado Delegado Caveira.

Nesta quarta (6), Madureira pediu desculpas aos clientes lesados e negou a ilicitude da empresa. "Importante dizer que nós não somos uma pirâmide. Somos uma agência de viagens online que vende pacotes, passagens, hotéis e que, nos últimos anos, embarcou mais de 18 milhões de passageiros", disse, citando que a "linha Promo fez reduzir drasticamente custo com marketing".


O depoente explicou ainda que a decisão não teve uma boa aceitação, desencadeando redução nas vendas de outras linhas, pedido de bancos para antecipar pagamento de vencimentos futuros e cortes em créditos. "Por essa série de eventos que aconteceram, para conseguir ressarcir os consumidores e manter a empresa em funcionamento, foi necessário o pedido de recuperação judicial", disse.

Sobre a linha Promo, Madureira explicou que havia estudos consistentes que indicavam sustentabilidade do modelo. "Acreditávamos que o custo diminuiria com o tempo, à medida que ganhávamos eficiência na tecnologia de operação e o que o mercado de aviação fosse se recuperando dos efeitos da pandemia". No entanto, ele declarou que o efeito foi oposto e que o mercado "tem se comportado permanentemente como se estivesse em alta temporada e isso abalou os fundamentos".

O comparecimento de Madureira e outros sócios e diretores à CPI ocorre após os depoentes faltarem em duas ocasiões e o presidente da CPI anunciar que requereu à Justiça a condução coercitiva. A primeira convocação estava marcada para 29 de agosto, mas os depoentes não compareceram sob o argumento de que não foram formalmente intimados. Após serem reconvocados, alegaram haver uma reunião agendada no mesmo horário no Ministério do Turismo.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.